PC novo...

Pois é, troquei de PC. Assim que eu tiver um tempo (e paciência) conto toda a novela que foi colocar ele pra funcionar ao mesmo tempo em que tentava cumprir alguns prazos de projetos estourando por aqui. No fim de semana tive que trabalhar com o PC neste estado (Agora tá um pouco melhor, mas ainda não acabou.):
PC novo

Sobre Microtransmissores de FM

Estava fuçando na minha estante de revistas antigas e me deparei com um editorial da revista Antenna, Volume 91 No. 5 de Setembro/Outubro de 1984. Neste editorial o grande Gilberto Afonso Penna (o Junior) fala sobre uma norma federal baixada em 1983 restringindo o uso de equipamentos “de radiação restrita” (minitransmissores). Segundo o editorial o DENTEL pediu a várias editoras técnicas e aos fabricantes de kits para que parassem com a divulgação e a comercialização dos aparelhinhos.

Transmissor de FM Scorpion
O editor informa que a revista Antenna, seguindo o pedido do DENTEL, havia cessado a publicação de artigos sobre o tema e lamenta que as outras editoras não tenham feito o mesmo. E nunca fizeram: kits de microtransmissores de FM podem ser encontrados a venda até hoje e a revista de eletrônica (só sobrou uma) continua a publicar o mesmo circuito ano após ano.

Placa do transmissor de FM Scorpion
E este editorial da Antenna me fez lembrar que eu tenho guardado dois destes transmissorzinhos. Um deles (das fotos acima) é o famoso Scorpion fabricado pela Superkit e o outro foi montado por uma colega no tempo que eu fazia curso técnico (1992-95) baseado em alguma revista. Eu ganhei os dois junto com um lote de velhos componentes e outras tranqueiras que a dona nunca mais iria usar.

Microtransmissor de FM
A versão “não comercial” mostrada acima foi feita num pedaço de circuito impresso desenhado com caneta para retroprojetor e fita adesiva (Durex). O mais legal é que a dona do transmissor assinou a “obra” no lado da solda:

Placa microtransmissor FM
Sim! Ela mesma, vocês podem não acreditar mas ela entende de eletrônica. Isso é praticamente uma tradição pra quem faz curso técnico e se empolga com a matéria: Depois do pisca-pisca com LED todo mundo tem que montar um transmissor de FM pra incomodar os vizinhos.

Não sei se a norma citada na revista Antenna ainda está em vigor (preguiça de olhar o site da Anatel), mas segue o esquema do transmissor de FM das fotos:

Esquema do transmissor de FM

P.S. – Para algo mais técnico sobre o tema e um tutorial passo a passo de como montar um desses clique aqui.

E a Kodak C713 retornou a minha bancada...

Hoje faz exatamente um ano que postei sobre as câmeras digitas que sofreram com a areia de praia. E não é que a Kodak C713 que tive que abrir ano passado para limpar a areia retornou esta semana para uma nova checagem? E pior que eu avisei a dona para tomar mais cuidado ainda, pois eu não consertaria novamente.

Kodak C713 aberta
Infelizmente desta vez não consegui dar jeito. Embora ela tenha sido pouco exposta a areia o LCD começou a apresentar um brilho excessivo. Como sempre desmontei a câmera o mínimo possível para evitar estragar mais ainda. A quantidade de areia dentro do mecanismo desta vez era bem menor e a limpeza foi tranqüila. Mas depois de remontar tudo (que é a pior parte) o display continuou com problemas. Desmontei mais um pouco, limpei mais, remontei e nada.

Kodak C713 aberta
Pensei em desmontar tudo de novo e checar as soldas e, caso necessário, ressoldar alguma suspeita. Como isso poderia causar outro problema e conhecendo a dona da câmera pensei melhor não fuçar mais com isso. Afinal fora o display meio branco pelo excesso de brilho a câmera funciona normalmente. Outro motivo de não querer nem olhar pra essa câmera é o maldito capacitor do flash de 110uF x 330V que me deu uns três ou quatro choques nada agradáveis. Eu sempre me esqueço de descarregar essas coisas antes de fuçar nos aparelhos.

Capacitor da Camera Kodak C713

Por dentro do Pense Bem da Tectoy

Atualizado em 07/01/2011: Veja no final do texto.

Sempre tive a curiosidade de saber o que tem dentro de um Pense Bem da Tectoy. Essa curiosidade vem desde o lançamento do brinquedo em 1988. Lembro das propagandas da época na TV e nos gibis mas nunca tive a oportunidade de desmontar o aparelho. Na verdade nem ao menos tinha visto um de perto até semana passada quando consegui comprar este aqui.

Pense Bem da Tectoy
O Pense Bem foi o segundo brinquedo lançado pela Tectoy (o primeiro foi a pistola Zillion) e foi eleito o brinquedo do ano de 1988. Ele vem com 8 jogos de matemática e dois de tons, sendo um deles parecido com o Genius da Estrela. O teclado possui 32 “teclas” de membrana incluindo as de ligar e desligar. O grande trunfo do brinquedo eram os livros que podiam ser comprados separadamente com jogos de perguntas e respostas. Para usar um livro bastava ligar o aparelho, apertar a tecla “Livro”, digitar o numero do livro e depois o grau dificuldade das perguntas. Como o numero do livro é composto por dois dígitos o sistema comportaria no máximo 99 livros diferentes (Fuçando no brinquedo descobri que o número máximo de livros possíveis é de 81 ou 162, preciso fazer mais testes para chegar a resposta correta, aguardem ). Infelizmente não encontrei uma lista de todos os livros lançados. Outra informação que não consegui encontrar é se o aparelho foi projetado no Brasil pela Tectoy ou era licenciado. Resumidamente podemos dizer que o Pense Bem é um ancestral destes notebooks infantis que vemos hoje nas lojas de brinquedos.

Parte de baixo do Pense Bem
O vendedor afirmou que não havia testado e provavelmente não funcionava mais e não tinha conserto. Isso não fazia muita diferença, pois eu só queria ver ele por dentro mesmo. Dei uma olhada nos parafusos e como não estava faltando nenhum e nem haviam marcas de desgastes provavelmente o aparelho nunca havia sido aberto. Como pode ser visto na foto acima o Pense Bem é alimentado por 6 pilhas médias (9 V). Há também um conector na parte traseira para ligar uma fonte externa de 9 V, 300 mA com positivo central. A caixa do brinquedo é muito bem feita e aguenta tranquilamente o uso “normal” por uma criança, algo que não se pode dizer dos brinquedos de hoje. Este aqui inclusive tem as marcas da tentativa de troca de cores das teclas feita provavelmente com lápis de cera.

Para minha decepção ao ligar o aparelho numa fonte externa tudo funcionou de primeira. Não faltou nada: teclado, som, display e programa, tudo normal. Assim não havia motivo algum para poder abrir o aparelho senão o de ver o que tem dentro (e documentar pra este post, claro). A base da caixa é fixada por seis parafusos e o teclado por meio de dois menores que não precisam ser retirados para abrir. O que encontramos após retirar a base é isso aqui:

Pense Bem da Tectoy aberto
Como podemos ver o teclado é um teclado de membrana comum, conectado a placa principal logo acima. O aparelho possui outra placa com os displays que ficam protegidos por um visor vermelho. Retirando os quatro parafusos que prendem a placa a caixa podemos ver o buzzer para o som e os displays:

Vista interna do Pense Bem
A parte de baixo da placa principal é assim:

Placa do Pense Bem - Lado da Solda
Ambas as placas são de face simples. A principal é de fenolite e a dos displays é de fibra. O display é feito com dois módulos separados, um com dois dígitos e um caracter alfa-numérico e outro com 4 dígitos de sete segmentos e um sinal de igualdade.

Placa do Display do Pense Bem
Olhando mais de perto a placa principal vemos que há apenas um chip da Zilog e 15 transistores. Os 8 transistores com aquela meleca (cola quente) perto do display servem para o sistema de multiplexação dos LED’s e são todos BC557 (PNP). Já os 7 restantes são BC338 (NPN) e servem para os circuitos de ativação do Buzzer, regulador de tensão (com o zener Z1 de 5.6V) e de liga-desliga pelo teclado de membrana.

Placa de circuito do Pense Bem
O coração do sistema é um chip de 28 pinos da Zilog marcado como Z0860008SC. Na mesma peça vem marcado Z8 (correspondente ao core) e 2k ROM (a capacidade de memória. Trata-se de um parente do famoso Z80 em versão MCU (série Z8). Zoom no CI:

Processador do Pense BemUPDATEAgora em vídeo:


Update 07/11/2011: Consegui um dos livros do Pense Bem (Thor, o guerreiro invencível) e a partir das informações de copyright descobri o fabricante e o nome originais do brinquedo. Lá fora o Pense Bem era chamado de Smart Start (depois virou uma linha de brinquedos com o mesmo nome) e era fabricado pela VTech (Video Technology Electronics LTd.). Encontrei um site com fotos da versão original e um anúncio antigo graças ao Googlebooks
Vtech Smart Start Ad

O urso com música na barriga (ou: Como enfiar um MP4 player num urso de pelúcia)

Como já falei antes aquela pessoa que me proibiu de falar seu nome aqui no blog possuía um MP4 player que já deu pau uma vez. Pois então, aconteceu (e já era esperado) dele apresentar outro problema desta vez no teclado. Algumas teclas começaram a falhar e pararam de vez depois de um tempo. A dona do aparelho o trouxe aqui pra eu consertar novamente e ao abrir logo notei o flat cable quebradiço causando a falha nas teclas (isso parece ser muito comum). Tentei dar uma ajeitada nele mas acabou quebrando de vez e achei melhor substituir por outro.
Flat Cable quebrado
Flat cable do MP4
Como não tinha nada parecido com aquele cabo refiz as ligações com cabo paralelo comum retirado de um flat IDE. O teclado funcionou normalmente fora da caixa. Funcionaria também dentro dela se coubesse... Como não coube eu guardei o aparelho numa gaveta pra ver depois. E o tempo foi passando.
MP4 consertado
O MP4 com o novo flat
Para substituir o MP4 a dona resolveu comprar outro e, num estranho lampejo de bom senso, acabou comprando um IPOD Shuffle. O MP4 estaria fadado a um longo descanso dentro da gaveta não fosse a dona lembrar que ele existia e bolar uma modificação para o coitado. A idéia era aproveitar o aparelho colocando tudo dentro de algum outro “container” diferente para ser usado pelo filho da dona do MP4.
O acerto era de que eu cuidaria da parte eletrônica e a dona da parte artesanal da coisa. Tudo, claro, seria registrado para posterior inserção aqui no blog. Para a nova “caixa” do MP4 foram cogitadas varias opções, de brindes do Mcdonalds (pequenos demais) até a confecção de um boneco de pano pra isso. Cheguei a rabiscar uns projetos no papel mas como a dona é a preguiça em pessoa acabou não passando disso. Quase que eu acabei fazendo tudo incluindo cortar o pano e montar o bicho. Por sorte a dona possuía vários bichos de pelúcia que ela compra por R$1,00 o quilo nos brechós da vida e um deles acabou sendo escolhido para servir de hospedeiro para o MP4.
O urso de pelúcia hospedeiro do MP4
Seguindo a divisão de tarefas previamente estabelecida eu fiz a minha parte conforme a seqüência de fotos abaixo:
1. Separei os componentes para a operação. Toda a placa do teclado deveria ser retirada e substituída por teclas mais robustas. Escolhi o modelo de push-button das fotos que possui fixação por meio de rosca com porcas plásticas para facilitar o posicionamento no corpo do urso. Arranjei também um plug para fone de ouvidos com porca metálica.
MP4 e os novos componentes
2. Antes de retirar a placa do teclado eu tirei o esquema das teclas para não ficar perdido depois.
Esquema do teclado do MP4
3. Para ter acesso a parte interna do urso usei um estilete e abri as costas do bicho cortando a costura original para facilitar o fechamento depois.
Operando o urso
4. Com o bicho aberto e com o enchimento retirado virei o urso do avesso antes de começar a colocar os componentes e passar a nova fiação.
O urso de pelúcia do avesso
5. O motivo de usar chaves push-button com porcas pode ser visto agora. Com o estilete cortei pequenas aberturas nas mãos, pés e abaixo da cabeça do urso e passei as chaves, fixando com as porcas. Depois de tudo fixado eu soldei a fiação e protegi as soldas com cola quente.
Fiação interna do urso
6. Com a fiação do novo teclado concluída soldei os fios na placa do MP4 conforme o esquema que desenhei antes.
Placa do MP4 ligada a fiação do urso
7. Com pedaços de fio rígido ajeitei a fiação e fiz um teste ligando o aparelho para ver se estava tudo ok.
Teste do MP4 no urso
8. A saída para os fones ficou atrás da cabeça meio que escondida:
Saída do MP4 na cabeça do urso
Neste ponto acabou a minha contribuição. Agora era a vez da dona preguiça ajeitar tudo lá dentro, abrir uma saída para a tela, colocar o enchimento e fechar o bicho. Tá certo que ela fez isso, mas faltou documentar como combinado. Assim fiquei sem as fotos da última parte. Nem foto do bicho concluído era tirou. Acabou que eu tive que tirar as fotos finais e com o celular. A solução para a moldura da tela ficou estranha (ela fez as pressas), como vocês podem ver:
Moldura do MP4 no peito do urso
Pode acreditar que essa tela deu trabalho pra ficar na posição. Muita cola quente teve que ser usada pra isso dar certo. Embora tenha ficado estranho e muito feio, o boneco funciona como esperado. Curiosamente o bicho acabou fazendo sucesso e muita gente parou a dona preguiça na rua para perguntar onde foi comprado (quem só viu de longe) ou como foi feito (depois que a pessoa olha com mais atenção e vê o amadorismo da obra).
O Urso com Música na Barriga
Nota: Este post estava guardado já faz tempo. Para vocês terem uma idéia o amplificador de fones de ouvido que tirei de um CD-ROM postado aqui em 13 de julho do ano passado seria usado neste urso. Eu iria usar o amplificador ligado a um alto falante, mas isso implicaria em colocar alimentação extra com pilhas só pra ele. Assim achei melhor usar apenas as saídas originais do MP4 para fones mesmo.

Quatro erros comuns no uso da eletrônica na ficção

Normalmente na ficção (notadamente no cinema e TV) somos obrigados a engolir algumas marmeladas para o bem da diversão. Isso não é problema quando notamos que aquilo que esta sendo mostrado é impossível ou improvável. O problema é quando não entendemos de um certo assunto e algum erro passa batido. Isso deve acontecer muito em séries de médicos. Já me peguei pensando se tudo o que acontece em House tem alguma coisa de verdadeiro ou os roteiristas extrapolam pensando que ninguém vai perceber. Os médicos devem se divertir muito assistindo e descobrindo os erros conceituais na historia.

Isso pode ser levado para outras áreas, é claro. Assim, baseado em minha formação profissional, reuni estes quatro exemplos de equívocos e “licenças” usados em ficção que desafiam algumas das noções básicas de eletricidade e eletrônica.

1. O relógio com display de LED’s das bombas: Se você for pensar em fazer uma bomba (NSA isso é só um exemplo) certamente vai se deparar com o problema do mecanismo de disparo. Se for usar um circuito eletrônico terá que alimentar o bichinho com alguma coisa. Ligar na tomada não é uma boa opção. O mocinho que com a mais absoluta certeza irá descobrir a bomba só teria o trabalho de puxar o plug. É preciso uma bateria. Como todo mundo que tem notebook sabe, bateria tem duração. E essa duração depende do que está ligado a ela. Então, por que raios o pessoal dos filmes usa um display enorme com LED’s? Só aquele display acabaria com a bateria em poucas horas. Isso se a bateria for grande, o que não é o caso dos filmes.Já viu alguma bateria grande ligada a alguma bomba em algum filme? Não é comum...

O pessoal adora usar bateria pequena ou bateria nenhuma nas bombas cinematográficas. Já os circuitos são os maiores possíveis. É comum ver bombas com uma placa enorme cheia de CI’s e LED’s piscantes.

Outra coisa, se você quer explodir algo, pra que colocar o relógio se ninguém vai ver? No filme “A outra face” o personagem de Nicolas Cage coloca uma bomba com relógio num armário e fecha. Tá lá o relógio contando pra ninguém ver. Isso nos leva a uma conclusão óbvia: bombas com mostrador a LED’s fatalmente serão encontradas e desarmadas.

Até o Predador usa um contador desses pra se autodestruir, com direito a numerais alienigenas com LED's...

2. Só existem três cores de fios: Verde, Azul e Vermelho. Essa é batata. Já viu alguém em algum filme falando: “Corte o fio laranja, Jack?” Não... É sempre o fio verde ou azul que desarma o sistema. E o vermelho é o que acaba com tudo. Até parece que o pessoal que projeta o sistema, computador super inteligente, bomba, míssil ou outra bugiganga vai pensar em sempre usar a mesma cor. Deve ter alguma norma secreta para terroristas e bad guys dos filmes sobre como usar fios coloridos.

O melhor caso deste tipo (e provavelmente o primeiro) acontece no filme “inferno em alto mar” (1974) onde um cara põe uma bomba em um navio e ameaça explodir tudo. No final quando prendem o sujeito fica a duvida se é pra cortar o fio vermelho ou o azul para desarmar a bomba. Perguntam então ao chantageador que diz pra cortar o vermelho. E fica o drama de saber se ele realmente esta falando a verdade. O resto é fácil adivinhar.

3. Osciloscópios servem pra tudo: De rádio do além (O orfanato) a leitor de mentes (Fringe) os osciloscópios são usados pra tudo, menos pra medir freqüência, verificar formas de onda ou alguma aplicação normal. Fora a figuração que eles fazem em todo filme que mostre uma sala de controle. Da escotilha de Lost a naves espaciais é só procurar nos cantinhos que sempre tem um osciloscópio parado mostrando alguma coisa bonitinha. O mais estranho é o uso de figuras de Lissajous. Em mais de 15 anos de contato com estes aparelhos só usei Lissajous em sala de aula. Aprendi pra que servem mas nunca tive a necessidade de usar. Só vi uma única vez em todos esses anos alguém recorrer a elas pra medir alguma coisa. Mas nos filmes sempre tem um Lissajous bonito e em movimento.

4. Teoria de Propagação das ondas Hertzianas é para os fracos: Os filmes desconhecem a atenuação do espaço livre, interferência e outros detalhes que teimam em atrapalhar as comunicações. A menos que seja necessário na trama, toda comunicação sem fio funciona que é uma beleza. Algumas funcionam bem ate demais. Quem leu “O código da Vinci” lembra do rastreador colocado no cara no museu. Do tamanho de um botão, mas podia ser recebido em qualquer canto, ignorando as paredes do museu e até a caçamba do caminhão. Para um alcance daqueles seria necessário uma bateria nuclear para dar uma boa potencia de transmissão e naquele tamanho. Mas isso é fichinha perto de “O núcleo” onde os cientistas transmitem alto e claro de dentro do núcleo de ferro derretido da terra. Esse filme tem tantos erros que o pessoal do IMDB teve que colocar um aviso na pagina de goofs dizendo que era pra considerar que a história se passa em um universo onde essas coisas dão certo.

Tem também o “Inimigo do Estado” onde vários transmissores funcionavam em toda a roupa do Will Smith sem um interferir no outro. E, claro, tudo sendo recebido tranqüilamente numa central a milhares de quilômetros.

Nota: Este post foi originalmente escrito para o Cuxaxo em Janeiro deste ano, mas como não gerou muita curiosidade por lá resolvi trazer ele pra cá.

Um eficiente sistema de abertura para portas (ou: Fechadura elétrica é para os fracos)

Fui descarregar umas fotos do celular e lembrei que havia tirado algumas da casa de um amigo há alguns meses. Ele havia se mudado e dei uma passada por lá pra conhecer. Nesta visita o que me chamou a atenção foi uma corda de varal ligando a maçaneta da porta no andar de baixo até junto a porta de entrada da casa, que fica no segundo andar.

Fechadura
Esta corda ao ser puxada aciona a maçaneta e abre a porta ao mesmo tempo e já estava instalada quando meu amigo alugou a casa. O sistema poupa o tempo de descer as escadas para abrir a porta pra alguém e depois ter que subir todos os degraus de novo. O mais legal é a simplicidade da coisa, que pode ser facilmente entendida na sequência de fotos.

Acionamento da porta
Acionamento da porta
Acionamento da porta

D22+e-time: Um Mega Drive com leitor de cartão SD

D22+e-timePois é, eu também comprei este videogame na Dealextreme (tá virando rotina) e me surpreendi com o brinquedo. Ele não perde em nada quando comparado com meu Sega Genesis. Testei os dois ao mesmo tempo rodando os mesmos jogos (Sonic, Golden Axe, Streets of Rage, e outros que tenho em cartucho) e não notei diferença alguma na velocidade da imagem ou no áudio. Eu ia fazer um review mais completo sobre o console mas como já existe um muito bom lá no “Versão Zero” vou focar mais na eletrônica do aparelho.

Abaixo temos as fotos da caixa do videogame. Como dá pra ver nas duas primeiras a maior parte da caixa vem escrita em Chinês. Dentro da caixa (terceira foto) vemos o console com seu cabo de áudio e vídeo. O manual é apenas uma folha Xerox em Inglês e traz o mínimo necessário para se operar o brinquedo. Não acompanha nenhum outro acessório, nem mesmo pilhas (que tem que ser AA e não AAA como está lá na loja).

D22+e-timeD22+e-time D22+e-timePara dar uma noção de tamanho ao leitor tirei estas duas outras fotos comparando com o Sega Genesis (ou Mega Drive, como é chamado por aqui) e logo abaixo com o controle original do Genesis. O formato do e-Time é mais ergonômico que o do controle do Mega.

D22+e-time Vs. Sega GenesisD22+e-time Vs. Sega GenesisO grande diferencial do console é o leitor de cartões SD, que fica na parte de baixo. O soquete é padrão dos SD: É só empurrar o cartão que ele trava lá dentro. Pra retirar é só empurrar também que ele salta pra fora.

D22+e-timeNa outra lateral temos a chave liga-desliga, a saída do cabo AV e um conector DB9 para ligar um joypad externo. Lembrando que NÃO É uma entrada para outro e-time D22, mas sim para conectar um controle de Mega Drive original. Existe um LED vermelho também, que fica dentro do aparelho e acende quando o aparelho está ligado. O brilho é tão fraco que pode passar desapercebido.

D22+e-timeE para manter a tradição do blog eu desmontei o console pra ver o que tem dentro. Sete parafusos prendem as duas partes da caixa. Um deles fica dentro do suporte de pilhas, cuja tampa deve ser retirada para se ter acesso. Abrindo o aparelho topamos com duas placas (PCB):

D22+e-time teardownA montagem não é muito ruim como já vi em muitos aparelhos chineses. Algo que me chamou a atenção foi o fato de todas as conexões estarem marcadas na legenda de componentes. Isso facilitou muito a compreensão do funcionamento dos circuitos. Abaixo um zoom da placa principal (Clique para ampliar).

D22+e-time teardownAlém do chipão a placa verde traz uma memória flash por baixo e o conector do cartão SD. Todo o circuito é alimentado com 3,3 Volts e, respondendo a pergunta lá do Versão Zero, o motivo de se usar 3 pilhas é ter a diferença de tensão certa para que o regulador de tensão funcione. Em meus testes usei 3 pilhas recarregáveis e o console funcionou normalmente, mesmo com a tensão menor de 1,4V por pilha (4,2 Volts total).

A placa verde é soldada diretamente na placa do joypad logo abaixo. São 19 conexões devidamente demarcadas na placa. Como não separei as placas fico devendo uma foto da placa do chipão por baixo, mostrando a memória flash e o soquete do cartão SD. Retirando os dois parafusos que prendem o conjunto de placas podemos ver a parte de baixo da placona com os botões:

D22+e-timeAqui vemos novamente cada conexão importante devidamente demarcada (meus parabéns ao projetista). Nesta placa vemos um CI bolha conectado aos botões. Com uma breve analise (engenharia reversa) e com a ajuda das marcações (muito gente boa o chinês que fez isso) notei que este CI bolha nada mais é do que o circuito de um controle de Mega Drive. A principio dá pra retirar a placa menor e transformar o console em um controle normal de seis botões para Mega Drive. Já a placa menor é o Mega Drive completo e precisa dos controles iguais ao original pra funcionar. As conexões para o controle externo vão direto para a placa menor.

A configuração interna deste console PEDE pra ser usada em algum Mod. Pensei em alguns, mas do jeito que ele vem de fábrica já é muito bom e deve demorar um pouco pra eu tomar coragem e tentar algo.

Update 20/03/2017:  Agora  em   víddeo:

Iluminando um aquário com LED’s

Meu irmão ganhou este aquário da foto abaixo a mais ou menos um ano e desde que foi montado aqui em casa a iluminação nunca funcionou. O aquário ficava na recepção do local onde ele trabalhava e aparentemente a lâmpada já não funcionava por lá também. Como sempre eu fiquei de dar uma olhada e o tempo foi passando. Algumas semanas atrás acabei deixando a preguiça de lado e desmontei a tampa superior do aquário para consertar a iluminação.

Aquário

O aquário fica num móvel de madeira feito sob medida e tem capacidade para 50 litros d’água. No momento possui três peixes dourados que não sei identificar (são maiores que os peixinhos dourados comuns), três carpas (segundo o vendedor) e uma lagosta filtradora. As plantas são artificiais (plástico) então a iluminação não faz tanta falta.

Ao desmontar a parte superior e levar lá fora pra limpar e revisar a fiação notei que o trabalho não seria tão fácil. A parte de cima acumulou muita umidade devido a evaporação da água e acabou corroendo os fios, parafusos, pregos (os fios foram presos com pregos) e soquetes da lâmpada. Os fios apresentavam aquela corrosão verde típica do cobre e estavam quebradiços. Os pinos da lâmpada estavam tão corroídos que foi difícil tirá-la dos soquetes (segunda foto abaixo).

Tampa do aquárioLampada oxidadaNotei que todo esse arranjo original era precário e perigoso demais. A lâmpada fluorescente vai ligada diretamente à tomada via reator eletrônico, sem isolação. A fiação corre pela tampa a uns 10 cm acima da água. Como não é bom misturar água com eletricidade resolvi retirar todo aquele sistema carcomido pela corrosão e trocar por algo mais eficiente e seguro.

Para manter o sistema seguro e evitar choques o ideal seria trabalhar com uma tensão o mais baixa possível. Quanto a eficiência fica óbvio que a melhor solução são os LED’s brancos. Recentemente comprei um pack de 25 e separei 5 destes para o aquário.

LEDs brancosPode parecer pouco, mas como o aquário não é plantado a iluminação serve apenas para dar um visual melhor ao conjunto. Confesso que no começo não sabia se somente 5 LED’s dariam conta, por isso bolei um sistema que pode ser expandido caso necessário. Cheguei a este numero após testar os LED’s no protoboard. Primeiro coloquei um e fui aumentando a quantidade até conseguir uma boa iluminação.

Teste dos LEDs no Protoboard

Cada LED destes tem uma tensão direta típica de 3V com uma corrente de 20mA. Como escolhi a tensão de alimentação de 12 V pra aproveitar uma fonte tijolinho que eu tinha aqui o valor do resistor de limitação ficou em 470 Ohms. O grande problema destes LED’s é o ângulo fechado de emissão (aproximadamente 15 graus). Para contornar esse problema usei a dica do Wlip na revista PicList número 1 e cortei a cabeça dos LED’s com a microretifica e lixei as laterais. Com estas modificações os LED’s passaram a espalhar melhor a luz. Os LED’s ficaram assim:

LEDs lixados e cortadosAqui vai um aviso: se estiver trabalhando com LED’s brancos evite olhar diretamente pra eles quando ligados. Se fizer isso mesmo por um curto intervalo o efeito não é muito agradável. Você fica com aquela imagem de um ponto branco mesmo com os olhos fechados. Quanto mais LED’s mais bolas brancas vão ficar na sua retina...

Continuando... Peguei um pedaço da boa e velha placa universal e cortei em cinco pedaços com um furo para fixação. Usei um resistor por LED e nesse arranjo caso ocorra algum problema com um elemento os demais não são afetados. Cada placa tem um resistor e um LED e fica ligada em paralelo com as demais ao longo da tampa do aquário. A tampa de madeira colaborou com a fixação que precisou somente de um parafuso atarrachante por plaquinha.

LEDs montados nas placasLEDs montados na tampa do aquárioAo todo o sistema consome 1.1W aproximadamente, contra 20W da lâmpada fluorescente. Claro que pode não ter a mesma capacidade de iluminação, mas gostei do resultado. Nas fotos abaixo dá pra ver a diferença. O sistema já está funcionando a algumas semanas e o único problema que detectei foi o do acumulo de umidade que mais cedo ou mais tarde vai acabar causando a corrosão das placas, fios e terminais. Começando por uma foto do aquário iluminado apenas pela luz do quarto, com a câmera sem flash e com a iluminação de LED’s desligada:

Aquário não iluminadoNas mesmas condições mas com a iluminação de LED’s ligada (ao vivo é bem mais legal):

Aquário iluminadoMais uma. Desta vez com as luzes do quarto apagadas:

Aquário no escuroAgora uma vista dos LED’s acesos com a tampa do aquário aberta:

LEDs internos acesosE pra finalizar, um dos ilustres habitantes do aquário:

Ladosta filtradora