Visita ao museu da ETEFMC (Parte III): Válvulas Termiônicas

Nesta terceira parte vamos dar uma olhada nas válvula expostas lá no museu. As válvulas "comuns" (aquelas pequenas de aparelhos antigos "normais") estão num expositor com uma etiqueta de "Válvulas Diversas" (clique para ampliar):



Agora as válvulas diferentes... São válvulas bem maiores e mais estranhas, de maior potência. De novo temos a etiqueta "Válvulas diversas" como unica informação disponível. Me lembro que estas válvulas antigamente (até 1995 pelo menos) ficavam na biblioteca da escola, atrás da bibliotecária. Esqueci de anotar os códigos para procurar algum link interessante pra colocar aqui. A unica foto que dá pra ler alguma coisa indica uma válvula F-212 (segunda foto abaixo) fabricada pela Federal Telegraph Company:






Visita ao museu da ETEFMC (Parte II): Mesa Telefônica

Continuando a série de posts sobre o museu da ETEFMC seguem as fotos de uma mesa telefônica da marca Telequipo. Para nossa felicidade a parte de trás da mesa estava aberta e deu pra tirar fotos da fiação interna. Primeiro as fotos externas (clique para ampliar):

Central Telefônica

Central Telefônica

Central Telefônica
Agora a parte interna. Note que a mesa não passa de um monte de fios e conectores. Aqueles cabos grossos com pesos são os cabos dos plugues frontais. Quando desconectados os pesos puxam os plugues para os seus locais de descanso na mesa.
Central Telefônica

Central Telefônica

Central Telefônica

Central Telefônica

Central Telefônica

Visita ao museu da ETEFMC

Estou adiando este post já faz um tempo... As fotos de minha visita ao museu da ETEFMC estavam mofando no HD por causa da minha preguiça em selecionar e redimensionar para publicar aqui. Fui ao museu no dia seguinte a visita a XXX Projete este ano. A visita rendeu 4 GB de fotos e vídeos dos quais selecionei alguns arquivos para os posts desta semana. 

Neste primeiro post vou colocar fotos dos painéis que contam a história da escola e alguns itens não eletrônicos (estes ficarão para os próximos posts). Clique nas imagens para ampliar...

Vista parcial do museu:

O post ficou grande, então vou quebrar aqui...

Pedal de Efeitos (Parte IV): Notícias

Bom, já faz um tempo que não falo do projeto do pedal de efeitos para guitarras. O projeto seguia seu ritmo normal (devagar, quase parando, mas andando) até o mês passado. Mas aconteceu do Mário (o editor fantasma do cuxaxo) precisar de algum circuito para apresentar numa feira na faculdade e ele acabou levando o pedal. Assim o projeto ganhou mais um membro na equipe de desenvolvimento.

Quando ele decidiu fazer isso havia apenas o circuito de testes no protoboard com o evaluation board do Coldfire. E o software só estava com o efeito de delay funcionando.

Com o prazo do Mário apertado eu rabisquei um esquema, coloquei os componentes do painel na caixa (foto acima) e separei os componentes da placa principal para passar adiante. Foi nessa hora que descobri que o circuito com dois conversores DA's não caberia na caixa. Assim tive que cortar um deles e tentar resolver o problema da falta do DA mais tarde, por software. A placa inicialmente seria um pedaço de placa universal que eu já havia recortado num tamanho que achei que caberia tudo. Mas essa parte também não deu certo, a caixa não iria fechar se eu usasse uma placa daquela maneira. Sem os componentes montados até dava pra acreditar que caberia: 
Mas depois de furada e com os componentes posicionados no painel a coisa ficou apertada. As três chaves são para a seleção de efeitos e embora ocupem muito espaço foi o que deu pra colocar já que eu não tinha uma chave rotativa a mão. Inicialmente a seleção dos efeitos seria feita por um potênciometro, mas isso gastaria mais uma entrada do conversor AD resultando em redução na taxa de amostragem. Como eu já havia sacrificado parte do tempo de amostragem ao retirar um conversor DA (falarei sobre isso quando publicar o software) abandonei a idéia do pot. Por dentro os componentes do painel ficaram assim:

As fotos deste post foram tiradas antes da montagem final do pedal e da apresentação na feira. Assim que tiver o pedal de volta tiro fotos da gambiarra que ficou lá dentro e falo do software. Nessa parte adianto que somente o delay funcionou bem, com duas faixas distintas (de 15ms a 200 ms e de 200 ms até 800 ms), O reverb ficou metálico e precisa de uma revisão do algoritmo. O Mário tinha algumas idéias para novos efeitos mas acabou não implementando. Como a feira já passou podemos trabalhar agora com mais calma no software e otimizar um pouco mais o hardware.

Para finalizar aí estão duas fotos do pedal na feira (com o Mário na guitarra). Nesse dia foi a primeira vez que ouvi o pedal fora do circuito de testes no protoboard. A montagem até que ficou bem robusta e acabou me surpreendendo. O áudio também não ficou tão ruim, vou ver se gravo alguma amostra pra postar aqui.

Meu novo vizinho...

Bom, agora a tarde notei um novo vizinho aqui na frente. Meus vizinhos do outro lado da rua nunca me deram problemas e não fazem barulho (moro ao lado do cemitério), mas este aqui estava reclamando muito de um outro "cara" que estava na porta de sua casa:



Pra quem não entendeu muito a relação das fotos com o assunto do blog vejam onde fica a tal "casa":

Esse aí é o poste aqui em frente de casa e minha linha telefônica passa exatamente por essa caixa. Não sei se o pobre passarinho pode danificar as linhas, mas talvez algum dos filhotes que estão lá dentro no ninho  pode se dar mal ao bicar uma das linhas de 48VDC. Pensei em avisar a Oi mas vai que eles mandam um técnico que simplesmente limpe a caixa jogando o ninho no meio da rua.

XXX Projete

Hm... Este post vai ficar grande...

Mais uma vez estivemos na Projete aqui em Santa Rita na ETEFMC. O evento acontece todos os anos (normalmente em Outubro) e comemorou 30 anos semana passada. E pra variar acabei não tirando muitas fotos dos projetos dos alunos. Na verdade eu não tirei foto de nenhum projeto da feira... Culpem a Séfora por isso.
XXX Projete

Eu havia planejado chegar mais cedo na feira pra conversar com o pessoal e ver tudo com calma, mas a dona anta pediu pra ir junto. No Sábado de manhã eu voltaria para tirar fotos (de dia a iluminação é bem melhor). Tive então que esperar até as 21:30 horas que foi quando ela me ligou (a feira fecharia as 23 horas). Acabamos ficando mais tempo na área de ex-alunos vendo a exposição de velharias equipamentos antigos. Conversamos muito com o senhor Rodolfo Hiss, que pacientemente respondeu todas as perguntas da dona Séfora. 

Lá por volta das 22 horas descobri que a exposição dos equipamentos seria encerrada na Sexta-Feira e não haveria como eu tirar as fotos no outro dia. Tive que voltar pra casa pra pegar a câmera e tirar as fotos a noite mesmo. Isso atrapalhou um pouco as fotos com macro, mas muitas ficaram apresentáveis e vou colocar neste post...

Primeiro um aparelho de telegrafo muito bem conservado, inclusive com a fita de papel usada na época para "imprimir" a mensagem (Clique nas fotos para ver melhor):
Telegrafo

Visto de cima:
Telegrafo

Os mostradores, o senhor Rodolfo explicou o funcionamento mas eu não lembro os detalhes:

Telegrafo

Bobinas:
Telegrafo

Tem até proteção:
Telegrafo

Havia também algumas revistas antigas por lá e o senhor Rodolfo mostrou um artigo que ele escreveu para a Antenna em 1964. Abaixo o artigo com uma das fotos originais:
Revista Antenna

Agora um contador digital feito a mão, reparem no isopor do outro lado um CI que faz a mesma função. Foi montado por alunos da escola no século passado:
Contador Digital

 A única foto com macro que ficou boa:
Contador Digital

E outros itens, primeiro uma antena para DX em ondas curtas:
Antena de Ondas Curtas

Bobinas honeycomb e algo que acredito ser um capacitor variável:
Bobinas Honeycomb

Vários componentes antigos:
Componentes Antigos
Dip-Meter:
Dip-Meter
Memória de núcleo magnético:
Magnetic core memory
Outros equipamentos:
Aparelhos eletrônicos antigos

Aparelhos eletrônicos antigos
Tinha até um TK85:
Computador TK85

Pedal de Efeitos (Parte III): Ajeitando a bagunça...

Bom, o pedal está andando bem devagar mas em breve deve ficar pronto. Esta semana tive que dar uma ajeitada no conversor DA (com malha R2R) por falta de espaço no protoboard. Como o DA usa 37 resistores (usei resistores de 1k x 1% que é o que eu tinha a mão, assim os ramos 2R são feitos com dois resistores mesmo) acabou ocupando muito espaço e para fazer o efeito de reverberação eu precisaria (teoricamente, não sei se vai funcionar) de mais um DA que ocuparia mais espaço ainda. Já estava complicado montar os amplificadores operacionais para os filtros e mixers então resolvi montar os DA's numa placa universal. Os DA's ficaram assim:

Malha R2R

Conversor DA com malha R2R

Outra coisa que estou começando a olhar é o layout dos componentes na caixa. Vou usar uma caixa clone da Hammond 1550M e cheguei as duas configurações abaixo. A caixa ainda não foi furada, preciso desenhar um painel para avaliar se os controles ficarão bons nessas configurações. Só tenho uma caixa e não posso errar.
Caixa do pedal de efeitos

Caixa pedal de efeitos

Minha cidade...

Bom, o leitor Carlinhos comentou no post anterior pedindo para que eu colocasse um pouco da minha história. Já pensei em escrever algo assim, mas não sei nem por onde começar. Enquanto não organizo as idéias vejam esse vídeo sobre a minha cidade que encontrei no blog do Giácomo. Tirando o ufanismo (dá pra usar essa palavra aqui ou é só pra país?) o vídeo tem algumas imagens interessantes. Qualquer hora vou escrever alguma coisa sobre esse tal "Vale da Eletrônica" também...

Sobre a memória WOM (Write Only Memory) 25120 da Signetics

Curioso como o tempo passa e a gente sempre acaba descobrindo novos fatos pitorescos sobre a história da eletrônica. Ontem mesmo fiquei sabendo que uma velha piada que eu ouvi no curso técnico e na faculdade tem um fundo “histórico” muito interessante. Trata-se da história da WOM ou “Memória Somente de Escrita” (numa tradução tosca, se tiver uma melhor manifeste-se).

Este termo era usado nas piadas com os “bixos” que eram mandados até a loja de componentes comprar réguas de medir tensão, pacotes de elétrons e a tal WOM (com a variação de EWOM e EEWOM).
Write Only Memory
Pois então, descobri ontem em minhas leituras diárias que na década de 70 do século passado a Signetics publicou em um de seus manuais uma referencia a um componente WOM. Tratava-se da memória 25120 com capacidade de 9046 x N bits (onde N = 0). Fazendo uma rápida pesquisa cheguei a história de que um engenheiro da Signetics chateado com o processo burocrático de aprovação de novos manuais incluiu de brincadeira as especificações da 25120 junto com outras de verdade. O pessoal de lá acabou aprovando e saiu publicado num manual sobre novos produtos e só foram descobrir quando receberam pedidos de informações pelos clientes. O manual teve que ser reeditado e os “defeituosos” foram recolhidos.

Aparentemente a piada foi aprovada pela Signetics já que em Abril de 1973 eles compraram um espaço de 2 páginas na revista “Electronics” e publicaram um anuncio com o datasheet completo da memória. O datasheet inclui até curvas (como a de “Quantidade de pinos” x “Número de vezes que a memória foi colocada num soquete”) e o diagrama em blocos (O mesmo aí de cima). Agradecendo a Era da Internet veja você mesmo o datasheet clicando aqui.

Segundo a revista “Rádio-Electronics” de Abril de 1973 a memória estaria à venda no dia 1º de Abril daquele ano com as primeiras entregas marcadas para 31 de Fevereiro de 1974. Existe até uma foto do componente na figura 4 na página 53 desta edição. ;-)

Agora só falta aparecer o datasheet dos DED (Dark-Emitting Diodes, bons para usar como indicadores de equipamentos desligados) que a Texas publicou por volta desta mesma época.

Pedal de Efeitos (Parte II): Teste de delay

Com o setup inicial montado parti esta semana para o teste do primeiro efeito: o Delay. Aqui vale contar a história da idéia para o pedal. Tudo começou quando vi o CI PT2399 a venda no site Solda Fria. Curioso que sou procurei pelo datasheet (já que eu não sabia pra que servia o CI) e fiquei indignado com a falta de informações por parte do fabricante. No manual não tem nem um diagrama em blocos do CI. É dito apenas que o CI possui 44k de memória e que possui conversores AD e DA trabalhando em uma alta freqüência de amostragem. Isso não significava muita coisa, pois faltavam dados, números palpáveis.

Então, procurando pela rede não se acha muito mais do que este datasheet. Como a maioria dos circuitos de eco/delay para pedais de guitarra usam este CI, resolvi conversar com um colega guitarrista sobre o assunto. Depois da conversa aprendi muito mais do que esperava, descobrindo um novo campo para fuçar. Isso foi no inicio do ano e vi muitos circuitos de pedais desde então. Acabei dizendo a meu colega que eu conseguiria fazer um pedal de delay usando um microcontrolador e não o PT2399. Ele gostou da idéia e pediu para que eu a colocasse em prática.

Comecei a pensar num circuito capaz de fazer o delay e cheguei a algo parecido com isso aqui (Clique para aumentar):
Esquema pedal de efeitos

O PIC18F4550 foi minha primeira opção não por causa da interface USB mas por ser relativamente fácil de encontrar e possuir um módulo conversor AD capaz de chegar a uns 100k Samples. Essa taxa, segundo meus cálculos, é a mínima para se conseguir amostrar o áudio e uma entrada extra para um potenciômetro de controle do efeito. Como pode ser visto no esquema eu usaria um DA de 8 bits pra começar. Eu já estava pronto pra montar tudo quando encontrei o kit da Freescale. Este kit acabou me poupando muito tempo, já que o Coldfire que vem nele possui 32kB de memória RAM e quase tudo pra começar. Além do fato de eu programar muito mais rápido com uControladores da Freescale do que num PIC.

Para criar o efeito de delay o microcontrolador amostra o áudio numa freqüência fixa e vai guardando na memória RAM. Esta memória é usada igual aos antigos delays de fita, com um loop de gravação. Um contador indica em qual posição da memória a próxima amostra deve ser gravada. Lendo as amostras anteriores e jogando no conversor DA temos o sinal atrasado. A diferença entre a posição das amostras atuais e as amostras atrasadas pode ser definida pelo valor de uma tensão num potenciômetro ligado a outra porta do conversor AD.

Esta semana fiz o código do delay usando 15000 amostras na memória RAM (30kB) e testei com o áudio vindo do PC. O resultado pode ser ouvido no vídeo abaixo. No vídeo dá pra notar a diferença dos tempos de delay. Usei um trecho de fala (que não foi escolhido por acaso) pra facilitar a identificação do efeito.

Como o teste foi bem sucedido tenho que passar agora para o projeto das partes de entrada e saída analógicas. Este circuito contará com um pré-amplificador de entrada para elevar o nível de um captador de guitarra que é bem baixo até uns 4.5V para a entrada do AD. Também colocarei um filtro passa-baixas na saída do DA para suavizar o sinal. E, claro, vou ver se coloco uma realimentação para obter o efeito de decaimento no sinal.

Por enquanto não vou colocar meu código aqui, pois ainda tem muito que melhorar. Quando estiver pronto coloco todo o projeto disponível para quem quiser testar também.