Revistas de Eletrônica lançadas no Brasil

Atualização 07/09/2015: Para uma versão mais completa desta lista veja meu projeto com os índices de revistas de eletrônica no Github.
Revista Nova EletrônicaPara todos que trabalham ou brincam com eletrônica é inegável a contribuição das revistas em sua formação. Acredito que mais de 90% dos visitantes deste blog certamente leram ao menos uma revista de eletrônica na vida. Falo isso por experiência própria e por conhecer várias pessoas que trabalham na área. Dos mais antigos que liam a “Eletrônica Popular” até os mais novos, leitores da “Saber Eletrônica”.

Meu primeiro contato com uma revista de eletrônica deu-se em 1986. Minha irmã comprou um pacote de encalhes das revistas da extinta editora Bartollo Fittipaldi. Vieram duas “Divirta-se com a eletrônica” e duas “Bê-a-bá da Eletrônica”. Li e reli muitas vezes essas edições e acabei fazendo a minha primeira montagem. Era um pisca-pisca com 555, seguindo a risca as instruções da “Bê-a-bá” número 18. Nem preciso comentar a felicidade de ver que aquilo realmente funcionava.

Revista Monitor de Rádio e Televisão
Mais de dez anos depois eu já estava com uma bela coleção, com várias revistas de épocas, formatos e editoras diferentes. Infelizmente, por volta de 1999 juntei todas em sacos de lixo e coloquei na porta de casa. Lembro que não durou nem 10 minutos lá fora, um cara passou e perguntou se podia levar. Ainda me arrependo de ter feito isso, muitas daquelas revistas tinham histórias interessantes. Algum dia, quem sabe, readquiro toda a coleção.

E pensando na coleção resolvi procurar na rede se alguém tinha uma lista de revistas de eletrônica lançadas no Brasil. Infelizmente as informações para colecionadores são bem escassas por aqui. Encontrei apenas um site de um colecionador desse tipo de literatura.

Puxando da memória e pesquisando um pouco levantei a listagem abaixo. Não é uma lista definitiva, com o tempo certamente novos dados surgirão e terei que atualizar. Caso apareça no texto o símbolo (?) significa que não tenho certeza da informação.
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Vale lembrar que qualquer colaboração a esta lista será bem vinda.
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Antenna – Antenna Edições Técnicas (1206 edições)

Lançada em 1926 (Abril - ?) a revista Antenna é a mais antiga revista de eletrônica do Brasil. Não sei se foi cancelada, no site oficial consta que o último número publicado foi a edição 1206 do ano de 2007. Também segundo o site as assinaturas estão suspensas temporariamente.

Revista AntennaRevista Antenna

Até Dezembro de 1982 ela se chamava apenas Antenna. Em Janeiro de 1983 foi unificada com a “Eletrônica Popular”, da mesma editora, passando a se chamar “Antenna – Eletrônica Popular”. O forte da revista sempre foi o radioamadorismo, possuindo inclusive seções especificas para as varias modalidades existentes. Também possui a excelente seção TVKX sobre práticas de service.

Meu primeiro contato com ela foi por meio de uma edição da década de 70. Depois li muitas edições na biblioteca do curso técnico (edições de 1956 até a década de 90). Curiosamente comprei apenas uma edição nova em banca cuja capa era sobre a montagem de um caleidoscópio eletrônico (199?).

Eletrônica Popular - Antenna Edições Técnicas (Maio de 1956 a Dezembro de 1982 - 460 edições, 53 Volumes)
Publicada no Brasil a partir de 1956, Eletrônica Popular era a versão brasileira da “Popular Electronics”. Isso até 1967 quando acabou o contrato com a editora americana Ziff-Davis. Caso o contrato tivesse sido renovado por mais uma década quem sabe não haveria uma capa com o Altair 8800 por aqui também. Depois disso a revista seguiu outros rumos, tendendo - como sua irmã mais velha - para os lados do radioamadorismo.
Revista Eletronica PopularRevista Eletronica Popular
Só recentemente descobri a existência dessa revista, depois de conversar com um colega do trabalho. Agora tenho os três últimos volumes (51,52 e 53) completos e mais algumas edições avulsas que comprei num sebo.

A numeração da revista é meio confusa assim como a numeração das paginas. A quantidade de edições por volume varia de 3 a 6 edições. Isso vale também para a Antenna.

Be-a-ba da EletronicaBe-a-ba da EletronicaBe-a-bá da Eletrônica – Editora Bártollo Fitippaldi (32 Edições ? – Dezembro de 1982 [?] a Julho de 1985 [?])

Revista publicada em forma de curso, cada edição era uma “aula”, com um introdução teórica seguida por montagens ligadas ao assunto da edição. Inicialmente publicada em formatinho (14 x 21 cm) ela passou a formato magazine (21 x 27 cm) na 25a edição. Também foi ai que pararam de colocar as placas de circuito impresso grátis. Uma pena, pois as placas eram uma mão na roda para quem não tinha condições de fazer em casa.

O grande diferencial da revista foi a forma fácil e simples de ensinar eletrônica. Era possível aprender sem problemas apenas seguindo a revista. Claro que isso era por mérito do grande “professor” Bêda Marques (diretor técnico). Infelizmente ele deixou a revista na edição 30. Os novos produtores técnicos mudaram a cara da revista e esta só conseguiu sobreviver por mais duas (tenho o número 32) ou três (nunca vi a 33, mas é citada na 32) edições.

Divirta-se com a eletronicaDivirta-se com a eletronicaDivirta-se com a eletrônica – Editora Bártollo Fitippaldi (52 Edições [?] – Abril de 1981 [?] a Julho de 1985 [?])

Irmã mais velha da Bê-a-bá que publicava apenas artigos práticos, sob a direção de Bêda Marques. Também trazia uma placa de circuito impresso grátis em cada edição e era publicada em formatinho (não sei se teve uma edição em formato maior posteriormente). O número mais alto que já vi foi o 43 e pode ter chegado ao 52.

No geral as montagens eram simples e de fácil montagem, raramente passando de 3 circuitos integrados.
Update 27/06/2009: O leitor Marcelo Santos me enviou scans das capas das edições 41 e 42. A partir da 41 a revista passou para formato magazine. Na edição 42 há um índice com todos os projetos publicados desde o número 1.

Informatica Eletronica DigitalInformatica Eletronica DigitalInformática Eletrônica digital – Editora Bartollo Fitippaldi (24 Edições – Agosto de 1983 [?] a Julho de 1985)
Revista focada em eletrônica digital e informática. Não sei muito a respeito, pois só a vi em propagandas nas outras revistas da editora e em sites, não tive oportunidade de ler. Como era prática comum da editora trazia uma placa de circuito impresso grátis a cada edição. Não sei se também era dirigida pelo Bêda Marques.




Aprendendo e praticando eletronicaAprendendo e Praticando Eletrônica – Editora Petit (85 Edições [?] – 199?)

Revista que publicava apenas montagens práticas. Foi a volta de Bêda Marques as publicações técnicas. Algumas edições vinham com placas de circuito impresso e todos os projetos estavam disponíveis em forma de kit. Que eu saiba foi a única revista de eletrônica brasileira a fazer isso.

Comprei muitas destas em banca e montei algumas das placas que vinham grátis. Confesso que achava graça daquelas histórias em quadrinhos com os componentes. A página com as informações sobre componentes quebrava um galhão na época pré-internet.


ABC da EletronicaABC da Eletrônica – Kaprom Editora (19 ediçoes [?] – 1991 a 199?)

Uma tentativa de reviver a antiga Bê-a-bá. Também dirigida por Bêda Marques e seguindo a mesma linha editorial. Mais uma revista que só conheci bem depois de lançada.





Revista Monitor de Rádio e TV – Instituto Monitor (429 Ediçoes – Outubro de 1947 a [?] de 1982)
Revista Monitor de Rádio e TVExcelente revista que teve sua melhor fase nas décadas de 60 e 70, quando republicava artigos da Rádio-Electronics. As montagens geralmente eram de nível mais profissional com grande quantidade de ilustrações. Possuía também a seção “bancada de serviço” com dicas muito boas (e as vezes nada convencionais).
Aqui em casa havia muitas destas revistas encadernadas que só fui descobrir muito tempo depois de começar a me interessar por eletrônica.





Eléctron – Editora Fitippaldi (67 Edições [?] – 199?)
Revista ElectronEsta eu comprava de vez em quando. Normalmente saía 3 ou 4 montagens por edição e alguns artigos teóricos. Não lembro de nenhum projeto extraordinário, eram mais os tradicionais alarmes, instrumentos de teste, áudio, etc...

Electron – Editora Etegil ( 4 Volumes [?] - Edições [?] – 1965 a 1967 [?])

Pesquisando para este post descobri esta outra Electron publicada na década de 60. Infelizmente não consegui mais informações, não deve ter durado muito.
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Rádio-TV Técnico – Editora Signo (58 Edições – 196? A 197?)

Revista Rádio-TV TécnicoOutra que eu não conhecia. O número mais alto que encontrei foi o 58 de 1973.


Radiotécnica – Américo Ietto (Editor) – (174 [?] edições – Janeiro de 1946 A 196?)
E mais uma desconhecida. Encontrei pouca informação sobre ela.
Update 02/01/2009: Encontrei o número 148 em um Sebo. Como o nome da revista já dá a entender ela trata mais de consertos de equipamentos. Esta que eu tenho tem alguns projetos (somente esquema) e muita informação sobre manutenção. O formato é aquele conhecido por aqui como "americano" e com 60 páginas.

Nova Eletrônica – Editele: Editora Técnica e Eletrônica – (114 edições [?] – Fevereiro de 1977 a [?] de 198?)

Uma das melhores revistas que já apareceram no Brasil. Era a versão brasileira da “Nuova Eletronica”. Acredito que tenha sido a primeira a publicar o projeto de um computador Z80 por aqui. Eu apenas sonhava em montar um daqueles (Nestor, Ciclop, etc...).


Revista Nova Eletronica
Revista Nova Eletronica
Em certa época ela chegou a ter uma seção com resenhas de discos de música. Eu achava estranho demais ver um artigo técnico e logo em seguida os detalhes do último disco da Simone...

Revista ElektorElektor (Primeira Série) – Editora ? (81 edições [?] – 1986 a 199?)
A melhor revista do mundo teve a sua primeira versão brasileira no fim da década de 80 até inicio dos anos 90. Era basicamente uma tradução direta da versão original. Como vivíamos na época da reserva de mercado alguns projetos eram impossíveis de se montar por falta de componentes.


Elektor (Segunda Série) – Editora Ferreira e Bento do Brasil (Iniciada em 2001 e publicada até hoje)
A segunda série da Elektor veio para o Brasil através de seus editores Portugueses. Como na série anterior ela é uma tradução direta dos artigos publicados na Holanda. Existe uma defasagem de alguns meses entre a versão Holandesa e a Brasileira. Atualmente está muito mais fácil para quem deseja montar algum projeto das revistas. Os componentes mais difíceis e placas podem ser encomendados diretamente com os editores.


Revista ElektorRevista Elektor

Revista Eletrônica e Saber Eletrônica – Editora [?] e Editora Saber
Talvez a mais conhecida de todas, a Saber Eletrônica é publicada até hoje. Tive alguns problemas em conseguir informações sobre o inicio da publicação. O que desconfio que tenha acontecido é que a revista era publicada por outra editora sob o nome de Revista Eletrônica (em 1965) e depois passou para a editora Saber com o mesmo nome até por volta do numero 150 (198?). Depois disso ela se tornou a Saber Eletrônica que conhecemos.

Revista EletronicaRevista Saber Eletronica

Aqui em casa tinha uma “Revista Eletrônica” da década de 70 que lembra um pouco a “Revista Eletrônica” da Saber. Antes do curso técnico eu comprava a Saber nas bancas e por fim acabei assinando por 2 anos (1994-95). Atualmente a revista se tornou mais teórica e profissional. Gostava mais da versão antiga...

Revista Esperiencias e Brincadeiras com Eletronica JuniorExperiências e brincadeiras com eletrônica Junior – Editora Saber (25 Edições [?]- 198?)
Um nome enorme para uma revista em formatinho. Tratava de noções básicas de eletrônica e publicava projetos para iniciantes e hobbystas. Só tive oportunidade de ler umas 4 ou 5 edições.

Eletrônica Total – Editora Saber (1988 até hoje)
A irmã mais nova da Saber Eletrônica era inicialmente dedicada aos projetos mais simples para os hobbystas. Tinha uma seção muito boa sobre Dexismo. Hoje ela parece ocupar o lugar da Saber Eletrônica e teve sua periodicidade reduzida.

Revista Eletronica TotalRevista Eletronica Total



Update 27/06/2009: Eduardo Dantas mandou mais informações e scans de capas. Destas, três eu não conhecia (Os comentários são do Eduardo):
Revista Componentes Eletrônicos
Revista Eletrônica Avançada
Componentes eletrônicos
Lançamento: 1981
Editora: Teleart Telefones Artísticos Ltda.
Formato: 18x26cm

Comentário: A primeira edição trazia cinco projetos. Isso da página 2 até a 12. Da página 13 até a 64 era um catálogo de componentes.


Eletrônica avançada
Lançamento: final da década de 1990
Editora: Escala
Formato: 20,5x27,5cm

Comentário: revista de vida efêmera, talvez não tenha passado do n. 1, a julgar pelo pouco que se encontra sobre ela na internet.


Revista do Instituto Universal BrasileiroRevista do Instituto Universal Brasileiro
Lançamento: junho de 1984
Editora: IUB Editorial Ltda.
Formato: inicialmente 21x28cm

Comentário: o Instituto Universal Brasileiro que até então era apenas uma escola de cursos por correspondência dos mais variados segmentos (supletivo, corte e costura, chaveiro, técnico em eletrônica, mecânica de automóveis, etc.) lançou esta revista nas bancas. O primeiro número trazia uma reportagem sobre algo que muitos já tinham ouvido falar mas poucos tinham visto: o computador.





Atualizado em 15/08/2013: Agora em vídeo (só a primeira parte, estou trabalhando nas outras duas, aguardem):


Atualizado em 26/08/2013: Agora a segunda parte:



Atualizado em 24/04/2013: A terceira parte:

Por dentro de alguns cartuchos de Mega Drive

Semana passada comprei um lote de cartuchos antigos de Mega Drive e resolvi dar uma olhada no que tem dentro. Seguem as fotos:

Cartucho Bonkers (sem marca) e Street Fighter II Special Champion Edition (Sega – Americano):

Cartucho Bonkers (sem marca) e Street Fighter II Special Champion Edition (Sega – Americano)Como eu já esperava o cartucho sem marca tem só um chip bolha na placa. Já o Street Fighter possui dois chips da Hitachi (HN62428P e HN62411P). O HN6248P eu sei que é uma ROM, já o outro não faço idéia do que seja. Tem também um 74HC139 na placa.

Cartuchos James Pond e Sonic da Tec Toy:

Cartuchos James Pond e Sonic da Tec ToyUsam placas iguais, mas só o Sonic tem a marcação da Sega e o código MPR-13913. No chip do James Pond está escrito: “JAM 03” e “Electronic Arts 91”.

Cartuchos Paperboy (Sega Genesis Americano) e Bart Vs the Space Mutants (Sem marca):
Cartuchos Paperboy (Sega Genesis Americano) e Bart Vs the Space Mutants (Sem marca)

O Paperboy traz um chip Sega MPR-14517 numa placa parecida com a usada pela Tec Toy. Já o dos Simpsons é o mais legal. São duas EPROM’s 27C020 (256KB cada) de 150 ns da Texas. Um ótimo candidato para testes, hehe...

Encontrei estes cartuchos num sebo e como comprei também muitas revistas de eletrônica o dono acabou me dando um desconto maior que o valor dos cartuchos. Saíram de graça.

Sobre o adaptador USB para Ethernet AS-601 (com chip Davicom)

Meu notebook velho de guerra (Acer Travelmate TM360) sempre teve um problema na entrada ethernet. Dava pra conviver com isso colocando o cabo de rede apoiado na tela ou por baixo do aparelho até conseguir um bom contato. Já havia desmontado o notebook uma vez e sabia que o problema era causado pelo conector de rede que acabou quebrando as soldas. Esse conector é SMD e com os movimentos do cabo pra lá e pra cá acaba soltando da placa. Adaptador USB para Ethernet AS601Desta primeira vez resoldei e acabou funcionando por um tempão até dar problema de novo. Como não queria passar por todo o trabalho de desmontar o notebook acabei comprando um desses adaptadores USB para Ethernet. Comprei via Mercado Livre e veio apenas o adaptador e um CD com drivers. O CD eu não sei onde foi parar, já o adaptador é este da foto. A caixinha é de acrílico transparente e de várias cores diferentes. Como o meu veio na cor preta a única forma de dar uma olhada na placa de circuitos é desmontando o aparelhinho. Adaptador USB para Ethernet AS601 - Placa por cima Adaptador USB para Ethernet AS601 - Placa por baixoA caixa não possui nenhum parafuso, sendo apenas duas partes fechadas com cola. Uma vez aberto não dá pra fechar sem colar de novo. A placa – fotos acima – não tem nada de mais, só um chip DM9601E da Davicom e uma memória flash serial. Não sei se na caixa ou manual (se existir) vem escrito o endereço MAC. No aparelho só tem o número de série e o modelo (AS-601). A descrição do driver no Windows aparece assim: Driver USB Etherner AS601Bom, para o que eu preciso o adaptador funciona perfeitamente. Só uso para acessar internet via modem ADSL, não testei numa rede de verdade transferindo arquivos. Acredito que não seria a mesma coisa que uma placa de rede de verdade, ainda mais com as portas do meu notebook sendo USB 1.0. O único problema que vi até agora foi que após o notebook voltar da hibernação (costumo só fechar a tampa do notebook) o Windows acusa falha na conexão. Daí tem que retirar o adaptador da USB e reconectar pra voltar ao normal.

Minha Fonte de Bancada

Fonte montada e funcionando!
RevistaPois é, finalmente montei minha fonte de bancada. A inspiração veio de um circuito publicado na revista “Nuts and Volts” de Março de 2007. Como veremos mais pra frente não há nada de revolucionário no circuito já que ele segue a risca o que está no manual do CI LM317. A escolha deste CI evita os grandes circuitos com proteção contra sobrecorrente, excesso de potência ou temperatura. O LM317 possui tudo isso internamente. A fonte do artigo possui três saídas sendo duas de 0 a 20V (1 A) e uma de 5V (1 A). Como decidi não gastar muito com a fonte tive que limitar a especificação para 0 a 15V (1A). Acabei incluindo uma saída de 5V também mas não recomendo fazer o mesmo devido a potencia dissipada no 7805.

O ponto mais importante de uma fonte destas é que ela tem que ser linear e não chaveada. Fontes chaveadas geram muito ruído e isso pode atrapalhar quando precisamos alimentar circuitos mais sensíveis. Assim segui rigorosamente o clássico esquema “Transformador + dois diodos + capacitor”.

Como já havia dito em outro post reaproveitei a caixa do meu antigo estabilizador, não sem antes sofrer com a furação e cortes do painel. A chapa da caixa possui 1mm de espessura e é feita de ferro. Deu trabalho cortar e furar com a micro retifica. Quebrei mais da metade de um tubo de discos de corte de 0.8 mm na brincadeira:

Discos QuebradosAbaixo uma foto da caixa já com os cortes para os medidores e o inicio da furação:

Caixa inacabadaAgora a frente lixada já com todos os furos terminados:

Caixa furada e lixadaOs furos para o trafo e fixação da placa já existiam na caixa. No painel traseiro fiz dois cortes para duas chaves e um furo para um porta fusível.

Passando para a parte eletrônica usei como base o artigo da revista e os dois circuitos abaixo retirados do datasheet do LM317:


Esquemas básicos
O primeiro circuito ilustra o funcionamento do CI e a fórmula para calcular a tensão de saída. Já o segundo circuito mostra como obter uma tensão variável de 0 a 30 Volts. A polarização negativa vinda do zener anula a tensão de referencia do LM317 (1.25V). Assim a fonte pode ir de 0V até a tensão nominal desejada.

Meu esquema final ficou:

Esquema da fonte
Neste esquema não está desenhada a saída extra de 5V. Puxei essa saída direto do 19V filtrado. Isso não é muito recomendável já que a acentuada queda de tensão no 7805 faz com que o bichinho trabalhe muito quente mesmo com correntes baixas.

A entrada de rede também não está no esquema. A fonte possui duas chaves para a entrada AC sendo uma para as quatro tomadas originais que eram usadas pelo estabilizador e outra para a fonte. Dessa maneira posso usar a fonte como extensão de tomadas. Coloquei também uma chave para selecionar a tensão de entrada em 110 ou 220V para o caso de precisar usar o aparelho em outra rede elétrica.

Como nesses circuitos o componente mais caro é o trafo optei por usar um que eu já tinha faz um bom tempo. Comprei esse trafo em 1994 para fazer um amplificador com TDA2002. É uma peça de 12+12 por 2.5 A. O correto seria usar um de 15 V, mas o meu gera um pouco mais que 12V então serviu do mesmo jeito. Após a retificação e filtragem consegui quase 20 VDC sem carga. Depois de ter servido muito bem no amplificador eu o reutilizei numa fonte para o meu Sega Genesis (conhecido por aqui como Mega Drive).

Montagem final da fonteEu tenho alguns capacitores de 2200uF/25V nas caixas de componentes por isso a opção de usar dois em paralelo ao invés de um de 4700uF. O zener de 1.25V do manual eu troquei por dois diodos 1N4007 cada um com 0.7V de tensão direta. Isso dá 1.4V e serviu para compensar o fato do potenciômetro que usei para ajuste de tensão ter uma resistência de 90 Ohms quando totalmente fechado. Ao final consegui uma tensão mínima da fonte de 0.2V.

E por falar em potenciômetro, na fonte do artigo foram usados dois para ajuste grosso e fino. Novamente recorrendo a caixa de componentes eu encontrei cinco pots multivoltas (10 voltas) que fornecem uma precisão maior de ajuste. Pequei um que já estava montado em uma chapa de alumínio. Este potenciômetro tem o único problema de possuir um eixo muito fino. Nenhum knob que eu tentei usar servia. Após uma tentativa frustrada de fazer um knob só pra ele decidi deixar só no eixo mesmo. Abaixo vemos o knob que quase deu certo. Usei um pedaço de plástico usado para fazer botões de roupas ligado ao eixo da retifica. Com uma lixa deixei ele redondinho e depois dei um polimento. Ficou muito bom. O problema é a quantidade de pó gerado no processo. Depois de pronto acabei furando o centro no ponto errado e perdi o knob. Qualquer dia eu tento de novo...

Tentativa de KnobOutra decisão de projeto que já comentei antes foi a de usar dois medidores de ponteiro. Eles oferecem menor precisão que os digitais mas são bem mais rápidos. Um medidor digital típico não passa de três leituras por segundo. Para verificar variações rápidas de corrente eles não servem. E os dois que usei saíram de graça. Eram dois VU´s que eu havia retirado de um gravador velho. Usando o programa Meter fiz as novas escalas que ficaram assim:

Medidores originais
Medidores finalizadosUsei uma placa de circuito impresso universal para a fonte cortada para encaixar no espaço entre o trafo e o painel frontal. Abaixo uma foto do teste que fiz para ver se tinha espaço pra tudo (O circuito montado no trafo era o que sobrou da fonte do Genesis):

Disposição InternaMontado o circuito tudo funcionou normalmente. Os únicos ajustes era o da tensão máxima e os dos medidores. A tensão máxima foi ajustada colocando o potenciômetro de 5k no máximo e ajustando RV4 até conseguir os 15V de saída. O medidor de tensão foi parecido. Usando o multímetro digital coloquei a fonte em 15V e ajustei RV3 até conseguir a leitura correta. Já no medidor de corrente usei um resistor de 3.9 Ohms como carga e ajustei a fonte para obter uma leitura de 1A no multímetro. Daí foi só rodar RV2 para até chegar na deflexão certa.
Painel traseiro Update 01/02/2008: A fonte apresenta um problema que ainda não consegui resolver. Ao se desligar pela chave AC a tensão da saída sobe antes de descarregar os capacitores. A solução por enquanto é desligar primeiro a chave frontal (DC) para depois desligar a chave traseira (AC).