Daí eu montei um rádio a cristal (antes que seja tarde)...

Pois é, após tantos anos eu finalmente montei um rádio a cristal. Houve apenas uma tentativa (frustrada) há muitos anos. Se me lembro bem nem era um rádio a cristal tradicional, tinha um amplificador com transistores de germânio e era alimentado com pilhas de laranja, limão e outras coisas. Acho que saiu numa "Eletrônica Junior". Não consegui fazer funcionar...

Este aqui usa o mesmo bastão de ferrite da primeira tentativa. Ele estava guardado numa caixa de madeira com componentes que tenho desde pequeno. Domingo passado, com chuva e frio, mexi na caixa e reencontrei o ferrite e me perguntei: Por que não?

Catei um capacitor variável nas gavetas e montei rapidinho o radinho:
Rádio a cristal
Foto de celular, sem foco...
Para a bobina usei fio rígido comum. Com fio esmaltado fica mais bonito. As espiras foram presas com fita crepe. Primeiro enrolei uma camada de 50 espiras e fechei com fita. Depois enrolei mais 30 espiras para as conexões de antena e terra (a "receita" da bobina veio do primeiro esquema que encontrei no Google Imagens). O grande problema de quem monta um destes circuitos é o fone de alta impedância. Para o primeiro teste usei um Buzzer piezoelétrico. Como antena usei um pedaço do mesmo fio usado na bobina, com 4 metros. Consegui ouvir pelo buzzer o sinal da emissora local de AM. O volume é muito baixo, mas dá pra entender os locutores e as músicas.

Antes que alguém reclame o "Cristal" do nome é do cristal do diodo de germânio. Catei de uma sucata e parece ser um AA119, mas está meio apagado o texto no vidro.

Com o funcionamento comprovado comecei a procurar uma forma de fazer uma montagem definitiva. Pretendo levar o rádio para a casa da minha mãe, pois lá tem uma grade grande que deve dar uma boa antena além de poder fincar uma estaca de cobre na terra. Para isso seria bom uma montagem um pouco melhor que a da foto acima.

Catei uma placa universal para colocar o capacitor variável, já que era um modelo para PCB. Usei uns pedaços de MDF que sobraram das Makizou e um pedaço de chapa de alumínio fininha para o painel. Um knob grande de uma sucata de som completou o material:

Radio a cristal


Como o buzzer piezoelétrico não é muito bom de se usar como fone de ouvido coloquei um transformador para poder usar o fone comum de 16 Ohms do meu celular. Testei alguns trafos pequenos e o melhor desempenho foi com um transformador de 9+9Vac x 350mA. Usei os extremos dos enrolamentos tanto do secundário quanto do primário para fazer as ligações. O som ficou muito melhor que o do buzzer. O esquema final ficou assim:
Esquema do rádio a cristal
Montei o transformador num cantinho da placa de MDF. O conector de fones precisa ser colocado no painel, mas como usei um para PCB ainda não pensei em como fazer isso.

Rádio a cristal

Olha o diodo ali do lado do capacitor variável:
Radio a cristal
Para uma montagem de um Domingo frio e com chuva até que ficou bom. Sobre o "antes que seja tarde" do título, é uma referência a mudança das rádios AMs que migrarão para a faixa de FM.

Notas aleatórias de Sexta 25/07

Sony Shake 99
Foto: Divulgação
  • Comentei no Facebook sobre a noticia do lançamento do mini-system Sony Shake 99, o "mais potente do mundo" com 4000W RMS de potência. Fiz uma conta rápida e com 4000 W RMS de saída e supondo uma eficiência de 95% (Amplificador classe D) o tal aparelho consumiria no mínimo 4200 W da rede elétrica. As tomadas aqui de casa são de 127 Vac e pela norma ABNT NBR 14136 (Jabuticaba) o máximo de corrente seria de 20 A. Então a potência máxima que a minha tomadinha suportaria seria de 2540 W (P = I * V, lembram?). Logo eu não posso ligar um destes (segundo a norma), no volume máximo, na minha tomada. Conferindo o manual do aparelho, na página 50, vemos que o consumo de potência da rede elétrica é de 700W. Logo ou a Sony descobriu uma maneira de criar energia ou esta potência toda não é verdade. Advinha qual a alternativa correta?
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  • Ganhei algumas cartelas antigas de Electro-set da Letraset e acho que vou fazer umas plaquinhas só de brincadeira. Nunca fiz placas com elas. Normalmente quando preciso fazer alguma placa (o que é meio raro já que gosto de placas universais) uso o método de transferência térmica. O mais curioso é que descobri que o Electro-Set ainda é fabricado. Só não sei onde se encontra pra comprar. Se alguém encontrar, comprar e for usar eu não recomendo usar o método de limpeza descrito no site oficial, usando benzina.
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  • Outra coisa velha que ainda existe, mas não da forma original (O último número parece ser o 33 lançado em 2011), é o eZine "Barata Elétrica" do Derneval Cunha. Agora ele tem um blog com links, muitos links. De vez em quando sai algum texto, mas não como antigamente. Eu costumava pegar os zines no FTP da Unicamp, lá no século passado  (o primeiro número é de Janeiro de 1994). O engraçado é procurar os termos "Barata Elétrica" no Google e a primeira coisa que aparece é este vídeo:
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  • E o Orkut vai acabar. A maioria dos comentários que li a respeito falam de como as comunidades do site eram boas (o sistema do Facebook é muito ruim). No meu caso estou salvando alguns tópicos de algumas comunidades que participei em PDF e que talvez sejam uteis. Um exemplo é o tópico na comunidade sobre a revista Nova Eletrônica onde um ex-funcionário da revista conta histórias da época.
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  • Aliás, procurando pelo nome do autor do tópico acabei chegando no seu blog. Lá tem as histórias que ele contou da Nova Eletrônica e outras coisas relacionadas. Também tem alguns de seus projetos, como o da réplica do volante da Ferrari F1 2012. Vale a pena conferir.
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  • Finalmente consegui terminar de ler o livro "Small Signal Audio Design" de Douglas Self. Pra quem está acostumado a só encontrar livros sobre amplificadores de áudio com um ou dois capítulos sobre tudo que vem antes da parte de potência, este volume é um achado. Com pouca matemática e uma pegada mais prática o autor fala de pré-amplificadores, mesas de som, amplificadores de microfone, controles de volume (um capítulo só sobre isso) e tudo mais. Demorei pra terminar (desde o começo do ano) pois sempre voltava pra ler melhor um capítulo ou pra checar um circuito. Livro excelente!


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  • Conversando com um colega sobre a "guerra das placas" (Arduinos x RapBerry Pi x BeagleBone Black x Outras) eu disse que se fosse pra apostar em uma eu apostaria na Arduino Tre (se ela for realmente lançada). O motivo é a imensa massa de usuários da linha Arduino. Acho que não tem como concorrer. Outro ponto que gostaria de deixar registrado é que não vejo como a Intel Galileo entrará nesta briga. Uma saída de vídeo fará falta. E quem foi o gênio que pensou ser uma boa ideia colocar uma RS232 num conector de fone de ouvido?
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  • Já coloquei o link antes, mas não custa relembrar: Uma fazenda no melhor estilo do programa "Acumuladores", mas com equipamentos eletrônicos. São sete páginas com fotos.
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  • E a imagem aleatória da semana é da capa de uma revista de eletrônica Soviética. Poderia concorrer com as capas da revista Antenna dos fins dos anos 80:
Revista Russa
Não lembro onde encontrei esta foto...

Som do PC: Ativando o plano C e pensando no plano B...

Desde o ano passado estou trabalhando no projeto de um amplificador para o meu PC. As novas caixas de som já estão prontas e nada do amplificador. O problema é que eu fiz umas contas e o amplificador valvulado que eu estava planejando montar consumiria quase 25W quando ligado, sem sinal, só pra esquentar as válvulas (1,5A por válvula de saída, mais 300mA por 12AX7 na fonte de 6,3V). Para um aparelho que ficará ligado o tempo todo em que o PC estiver ligado (isso quando não for esquecido ligado, algo que já acontece com o amplificador atual). Este desperdício de energia é inaceitável e pelo bem do meu bolso e para não esquentar o quartinho do Pakéquis Lab decidi pular para o plano C. O amplificador valvulado vai ser montado, provavelmente ano que vem, pois já comprei todos os componentes. Mas não será usado no PC.

O plano B, como já falei no primeiro post da série, seria usar um CI TDA qualquer. Tenho aqui nas gavetas vários TDA2002, TDA2030, TDA2050 e TDA2009. Destes eu ficaria entre os TDA2030 e o TDA2009 que numa olhada rápida nos datasheets parecem ter uma qualidade de áudio melhor. Mas notem que eu disse que pulei para o plano C. O plano B ainda está de prontidão, mas até o momento não estou muito certo se ele vai ser colocado em prática. Então vamos ao plano C.

O Plano C envolve montar um amplificador estranho e isso me veio a cabeça durante uma visita ao ferro velho. Num dia de sorte encontrei por lá uma caixa de componentes e dentro dela havia um saquinho com 150 peças do CI RC5532. Na hora me lembrei de um projeto publicado por aqui na revista Elektor em Março e Fevereiro de 2011. Era um amplificador de áudio projetado por Douglas Self que levava nada menos que 32 NE5532 na saída. As características pareciam muito boas e o requisito "estranheza" estava claro. Mas antes eu precisava conferir outra caraterística que gosto em circuitos estranhos: dar um nó na "cabeça" dos softwares de simulação.

O LTSpice  não conseguiu simular, mas o TINA-TI rodou normal:
Esquema do amplificador

A simulação é só do estágio de saída, que é o que vou aproveitar do circuito original. As etapas de ganho e a fonte eu vou fazer diferente. O circuito de servo DC não vou colocar, pois acho desnecessário. Também vou reduzir a quantidade de amplificadores operacionais. O original leva 64 amp ops (com 2 por CI), na simulação usei 48 e no circuito final serão 44 em cada saída.

Algo que estava me preocupando era o consumo de energia do circuito. O projeto da Elektor usa um transformador na fonte de 8A em 18V. Achei isso meio exagerado e resolvi testar. Montei os 22 CIs no protoboard com um CI extra na entrada com um ganho de 30x (29,5 dB). Claro que não funcionou de primeira. Com esse ganho e essa quantidade de CI´s o circuito vira um oscilador e não um amplificador. Mas nada que (muitos) capacitores na linha de alimentação e um de compensação (150pF) no estágio de ganho não resolveram. O circuito final montado ficou assim:
Amplificador montado no protoboard

O resistor de saída na foto ainda é um de 8R2 de 5W. Ele já foi trocado por um de 8R feito com um pedaço de fio de resistência de chuveiro. Com uma alimentação simétrica de 15V consegui a potência que eu havia planejado alcançar: 7W RMS. Para esta potência a tensão de saída necessária é de 7,5V RMS na saída do estágio de ganho. Usei o osciloscópio para medir a saída, mas ainda não medi a distorção. A corrente na linha de alimentação ficou perto de 800mA, o que dá um consumo de 24W. Uma eficiência próxima de 30%, 5% melhor que um amplificador classe A. Mas isso na potência máxima. Sem sinal na entrada o consumo fica em 180mA, o que dá 5,4 W. Cinco vezes menor do que o consumo em repouso do amplificador valvulado. Claro que um TDA da vida consumiria menos, mas não seria um circuito estranho.

Parece que temos um vencedor e muito provavelmente será este o meu amplificador para o PC. No momento estou pensando em como fazer a placa, o pré, a caixa e a fonte. Mas isso fica pra outro post.

Apanhando das placas universais para LCD

Segue o que descobri até agora brincando com duas placas universais para LCD:

Atualizado em 23/07/2014: Ver o item 12 com a foto da tela LCD de notebook convertida em monitor.
0. Até agora não consegui colocar as placas pra funcionar..  

0. Consegui colocar as placas pra funcionar.

Onde comprar (clique nos links): 

1. Comprei duas placas para testar com a tela de um LCD de notebook (um Acer Aspire 5251-1069). O notebook era do meu sobrinho e ainda funcionava mais ou menos e a tela estava em muito bom estado. Comprei uma placa MT6820-MD que prometia transformar a tela LCD em um monitor (com uma entrada VGA) de computador e uma T.VST29.03 que além de entrada VGA tem HDMI, Vídeo composto, USB e sintonizador de TV analógica.

2. Por que eu comprei duas placas se eu só tinha uma tela? Simples: Devido a demora nas compras lá fora é melhor prevenir e ter uma segunda opção caso uma das placas falhasse. Comprei de vendedores diferentes no AliExpress e esperei quase três meses. E uma placa extra seria útil caso outro display LCD aparecesse (e isso acabou acontecendo!).

3. Começando pela placa MT6820-MD, seguem duas fotos. A primeira é do lado dos componentes, com o CI HX6820. Existem duas barrinhas de jumpers na placa, uma para selecionar a tensão do painel LCD (3,3V, 5V e 12V) e a segunda para programar a resolução da tela. A tabela para esta última configuração está na parte de baixo (segunda foto).

Placa MT6820-MD Universal

Placa universal de LCD MT6820
4. A MT6820-MD veio com um cabo LVDS, um cabo com o DB15 da VGA, outro com o conector de alimentação (12V) e mais um com uma placa de teclado. Ligando apenas a alimentação a placa consome por volta de 500 mA. O LED na placa de teclado fica verde por um tempo e depois passa para vermelho. Acredito que vermelho indique que a placa está desligada.

5. Não veio manual ou qualquer outra informação sobre esta placa. Por causa disso só descobri que a placa não funcionaria com o meu LCD quando fui testar. O LCD do notebook Acer 5251 possui back light de LED e tanto o controle LVDS do display quanto o controle deste backlight é feito por um único conector (de 40 pinos). Sendo assim o cabo que recebi com a placa não serve para o display. Tive que comprar o cabo certo e agora só daqui uns dois meses pra testar.

6. Neste meio tempo (Domingo passado) o notebook do meu irmão deu problema e morreu (Acer Aspire MS2265). Ele retirou o que lhe interessava (HD, memória, etc) e o resto, incluindo a tela, ficou comigo. Finalmente uma tela LCD com display de lampada fluorescente! Desmontei a tela e vi que o conector era o mesmo do cabo que veio com a placa (30 pinos). Pluguei o LCD na placa e liguei os cabos, menos o do inverter da lâmpada que não veio (improvisei um). Ao ligar a alimentação não aconteceu nada... O LED acendia verde e depois de um tempo voltava pra vermelho.

7. Após medir aqui e ali, resolvi buscar o manual do display (um B156XW01). Olhando a pinagem do conector no manual verifiquei que o cabo que eu tinha não era compatível com o display (foto abaixo). Grande erro meu acreditar que todos os displays tinham a mesma pinagem (a placa até pode ser universal, mas os cabos... Pfff). Procurando nos sites da China encontrei kits com 10 ou 12 cabos diferentes para estas placas. Então, se você for comprar uma placa destas veja qual o cabo do LCD você tem que comprar.

Cabo LVDS para LCD de notebook

8. No momento estou esperando chegar o cabo para o LCD com LED. Até pensei e comecei a preparar um cabo pra ligar na placa, mas está devagar. O conector usado nestas placas é com passo de 2mm e não tenho um compatível por aqui. Teria que soldar direto na placa e poderia dar algum problema. Chegando o cabo testarei o LCD. Caso não funcione daí sim soldo o cabo "customizado".

9. Ainda não liguei a placa com TV. Ela não tem os jumpers para selecionar a resolução. Acredito que deva ser automático (lendo as informações do display). Os vendedores não falam nada sobre isso.

10. Seguem fotos da parte de cima e de baixo da placa T.VST29.03 (com o CI TSUMV59XU). A placa não veio com os cabos, mas veio com um controle remoto (com teclas em Chinês) e um receptor de IR. O esquema para ligar o receptor IR e o teclado está no manual da placa. Importante observar que existem versões diferentes desta placa a venda. A com o CI TSUMV59XU é a que toca arquivos pela USB (veja tabela no manual).
Placa universal de TV para LCD T.VST29.03 TSUMV59XU

Placa universal de TV

11. A placa tem um amplificador de áudio integrado (com o CI NS4263) com um conector para ligar os alto falantes. Ao retirar a tela de um notebook é bom aproveitar e retirar também os alto falantes e usar com a placa.

 12. Os cabos para o display LCD com back light de LED chegaram hoje (coincidência ou lei de Murphy?) e acabo de fazer um teste rápido. Funcionou de primeira com a placa MT6820-MD. A tela ficou com alguns ruidinhos, mas deve ser por causa dos cabos LVDS (o ruído aumenta ou diminui conforme se mexe no cabo). Vou investigar isso no fim de semana com calma. Também vou ligar a placa de TV e testar e fazer um novo post (talvez com vídeos!). Aguardem.


Som do PC: Trocando os Alto Falantes das caixas de som

Faz tempo que não atualizo o status do projeto do novo som do meu PC. A verdade é que eu acabei deixando o projeto de lado para fazer outras coisas. Mas neste fim de semana fiz a troca dos alto falantes das caixas de som (Makizou).

Os falantes originais eram falantes comuns de caixinhas de som de PC e bem fraquinhos (5W). A impedância deles também não me agradavam (4 Ohms) e fazia um tempinho que queria trocar por algo que aguentasse mais e com impedância mais alta (8 Ohms). Um deles já estava com um problema:
Alto falante 3 polegadas

O amassado no centro foi causado pela minha filha pequena e não afetava o som (ao menos eu não notei diferença) mas ficou um pouco feio. Procurando no Mercado Livre acabei comprando um par de alto falantes de home theater de 3 polegadas, 8 Ohms e 50 W de potência máxima (era o que dizia o anúncio, mas não pretendo ir tão longe). Abaixo dá pra ver a diferença entre os antigo e o novo:

Alto falantes 3 polegadas

O segundo parece maior, mas ambos são de 3 polegadas de diâmetro e a furação para fixação é a mesma. O novo falante é descrito como um "Mid-Bass" (médios-graves) e realmente notei uma melhora nos graves. Já nas frequências altas parece que melhorou, dá até pra desligar o equalizador do Winamp (resposta "flat"). O ideal seria comparar os dois alto falantes com o ARTA, mas isso vai ficar pra outra hora.
Alto falantes 3 polegadas

Outra coisa boa nos novos falantes é que a parte metálica também é pintada de preto, o que melhorou um pouco a aparência das caixas. Falta agora trocar os parafusos por parafusos pretos (ou pintar os que já estão ali):
Caixas de som Makizou

Em breve (espero) eu falarei mais sobre o novo amplificador que irá tocar as caixas.

Por dentro do monitor LG M237WA

Recentemente recebi duas placas universais de LCD e na hora de testar descobri que o cabo que veio com uma delas não serviria para o LCD que eu tinha (uma tela de notebook com backlight de LED). Como eu queria testar as placas o quanto antes tive a ideia (de mula) de testar no monitor do meu PC, que tem backlight de lampada. O monitor é um LG M237WA de 23 polegadas:

Monitor LG M237WA

Como o monitor teria que ser desmontado seria bom aproveitar o momento para consertar a tecla de "Power" que afundou. O monitor só era ligado pelo controle remoto.

Monitor LG M237WA teclas

Na foto abaixo dá pra ver o motivo d'eu ter escolhido este modelo: Ele tem duas entradas HDMI, uma VGA, uma DVI, Vídeo componente, vídeo composto e é uma TV (com um módulo externo modelo TN300). Hoje qualquer TV LCD tem isso ou até mais, mas na época que comprei (2010) não era tão comum ou era muito caro. Tem uma RS232 também, mas parece que é só pra manutenção.

Monitor LG M237WA traseira

Como todo aparelho fabricado ultimamente poucos parafusos e muitas "travinhas" plásticas para fechar a caixa. E é humanamente impossível desmontar sem quebrar ao menos uma das travinhas.

Monitor LG M237WA aberto

A placa do teclado, que fica na lateral:
Monitor LG M237WA placa do teclado
Não tenho fotos, mas todas as teclas de plástico que acionam estas chaves aí da foto ficam numa única peça e a tecla de Power acabou se soltando desta peça. Com um pouco de cola a tecla voltou a posição correta. A outra placa (abaixo) é a do sensor do controle remoto, que tem também o LED indicador On/Off e o conector para fones de ouvido:
Monitor LG M237WA placa do receptor IR

Retirei a tela LCD e a caixa com as placas do monitor do gabinete plástico para poder desmontar e chegar onde eu queria:
Monitor LG M237WA por dentro
Aqueles alto falantes são uma desgraça pelada pra colocar no lugar de novo. Me arrependo de ter retirado eles do gabinete. Mas continuando...

Dentro da caixa de metal estão as duas placas do aparelho: uma da fonte e outra a placa principal (já vi chamarem de "placa de sinal"):

Placas do Monitor LG M237WA

E agora o que me decepcionou: o inversor da lâmpada do LCD é montado na placa da fonte (olhe as setas vermelhas) o que jogou um balde de água fria na minha ideia de testar as placas universais com este monitor. Catar os sinais de liga/desliga e de brilho da lâmpada e, talvez, ter que modificar o circuito para ligar a plaquinha universal me pareceu um trabalho ingrato e se algo saísse errado eu poderia perder o monitor.

Placa da fonte do Monitor LG M237WA

 E vejam a fonte pelo lado dos componentes:
Placa da fonte do Monitor LG M237WA

Tirei uma foto da "placa de sinal" também, mas esqueci de anotar os códigos dos CIs.
Placa principal Monitor LG M237WA
Agora que vi, aquilo ali é o "foot print" de um conector SCART?

Concluindo: Levei um tempão desmontando o monitor com o máximo cuidado pra não estragar nada só pra descobrir que daria muito trabalho pra modificar só pra testar as placas universais. E depois ainda tive que remontar o monitor (afinal ele é o monitor do meu PC, não posso ficar sem ele). Acabei comprando os cabos certos para a tela LCD de notebook que tenho aqui. Só mais uns três meses pra testar...

Malditos alto falantes!!!!!

Medidor de distorção harmônica TR9602

Não vou falar que vou colocar um vídeo toda Segunda-Feira, mas acho que consigo manter esta agenda...

No mais, segue o vídeo de hoje onde eu falo do medidor de distorção harmônica TR9602 (o link leva pra um post com fotos e mais detalhes do aparelho).

Lâmpadas (Incandescentes, fluorescentes compactas e de LED) - Vlog #12

E vamos lá com mais um vídeo log. Desta vez eu faço alguns comentários sobre lâmpadas.


Algumas observações:
1. O componente que parece ser um fusível conectado ao soquete da lâmpada acabou sumindo na minha bancada. E eu nem notei enquanto filmava. Um dia ele reaparece...

2. Sobre o Sr. Shuji Nakamura, tem uma entrevista dele para o site Ciência Hoje em Português. Mas o melhor texto sobre ele é o que saiu na Electronic Design.

3. A parte sobre lâmpadas incandescentes era pra ter mais coisa, como as lâmpadas pequenas de 3~12V. Mas como eu gravei sem roteiro, esqueci desta parte. Era pra ter também uma demonstração de uma "lâmpada de grafite", mas a experiência não deu muito certo (a fonte de alimentação não aguentou). Fica pra próxima.

Relembrando meu caso com Arcades e Pinballs

Lendo o post do Tabajara sobre pinballs me vieram lembranças dos pinballs e arcades de um fliperama (o único) aqui da cidade. Ele ficava no calçadão da praça central até 1992 quando os casarões desta área foram demolidos e no lugar construíram uma fonte. O lugar exato está marcado com a seta vermelha na foto abaixo:
Local do fliperama
Então, a entrada era naquela porta, que raramente era aberta. Normalmente para entrar lá era preciso ir pela porta lateral que ficava dentro da lanchonete ao lado, que era onde se comprava as fichas para jogar. Ali dentro estavam alinhadas de um lado as máquinas de pinball e do outro os arcades (perto da porta da lanchonete).

Eu não costumava jogar nos pinballs, pois achava mais difícil e não via graça em ficar batendo naquela bolinha o tempo todo. Puxando da memória os pinballs eram todos da Taito e tinha uma Oba-Oba, uma Rally, uma Titan, uma Cavaleiro Negro e mais uma ou duas outras que não lembro quais eram. No lado dos Arcades, começando do lado da porta da lanchonete, havia uma Pole Position (aquela com banco e volante), seguida pela Kangaroo, uma Commando (que substituiu outra, mas não lembro qual máquina era antes), uma Moon Patrol, uma Columbia (ou Xevius, a única que eu jogava e motivo deste post), uma outra com submarino que não lembro o nome e mais uma que nem lembro como era, mas a tela era deitada e eu não alcançava pra ver.

Os anos em que mais frequentei (1991/92) foram os últimos do local e os pinballs em sua maioria ficavam desligados pois o pessoal preferia os arcades. Com a demolição das casas o destino das máquinas se perdeu na história.

Corta pra 2008 ou 2009 (não lembro, mas deve ter sido na mesma época que encontrei um arcade Knighmare no ferro velho) e alguém me conta uma história de que as máquinas (todas!) estavam guardadas desde aquela época nos galpões de uma antiga malharia aqui da cidade. Perguntando aqui e ali acabei descobrindo que um dos galpões pertencia a um amigo da minha irmã mais velha. E eu nem lembrava que ela morou lá perto por muito tempo. Conversei com minha irmã e ela conseguiu marcar uma visita ao galpão do cara. Isso foi em 2012 e fui lá num feriado de Novembro (acho).

Minha esperança era encontrar a Columbia e tentar levar pra casa, mesmo não tendo espaço. Sempre quis aquela máquina (não qualquer Columbia ou Xevius, tinha que ser aquela máquina que eu jogava quando moleque). Chegando ao galpão, que era menor que eu pensava, dei a volta inteira procurando algum sinal e nada: Nenhuma máquina de fliperama ali. A visita não foi tão decepcionante assim (veja o final do post), mas confesso que esperava encontrar todas as máquinas lá dentro. Hoje penso o que eu iria fazer se encontrasse todas e conseguisse, de alguma forma, ficar com elas. Onde ia enfiar tanta tranqueira?

Passado mais algum tempo minha irmã me conta que outro galpão por ali deveria ser o que eu procurava e que ela conhecia a dona. Pedi pra ela perguntar sobre as máquinas. A resposta não foi nada agradável e eu já deveria ter pensado nesta possibilidade. No caso, nesta possibilidade aqui ó:

Enchente 2000

Esta foi a enchente de 2000, que cobriu mais da metade da cidade, incluindo os galpões onde estariam as máquinas. Se elas estivessem lá provavelmente foram destruídas pela enchente e tudo foi jogado fora depois que as águas baixaram. E quem estava aqui (como eu) lembra da quantidade de coisa destruída que foi pro lixo por causa da enchente. Foram semanas pra limpar tudo. Até que alguém diga o contrário parece que este foi o destino das máquinas. Uma pena...

Mas então, para o post não ficar só nesta história que não deu em nada seguem as fotos do galpão/garagem do amigo da minha irmã. Ele tem uma oficina de eletrônica lá, onde antes era uma fábrica de panelas elétricas (esta fábrica agora fica em outro local e fabrica tablets e parece que vai muito bem).

Oficina eletrônica

Oficina eletrônica

Oficina eletrônica

Oficina eletrônica

Oficina eletrônica

Gaveteiro de resistores

Componentes eletrônicos

Placas de lampadas de LED

Oficina eletrônica

Como calcular dissipadores de calor (Vlog #11)

Pois é pessoal, esse vlog só demorou seis meses pra sair...



Algumas explicações:
1. Os cálculos foram feitos para o CI trabalhando em regime DC e sem fluxo de ar (vento) sobre o dispositivo. Com um fluxo de ar as coisas mudam e o dispositivo esquenta menos, é claro. No caso de um transistor com PWM também muda.

2. O manual dos dissipadores é da HS Dissipadores (clique no link pra ver o manual).

3. A fórmula principal é: Tf = Ta + (PD x Rθ) onde: Tf = Temperatura final; Ta = Temperatura Ambiente; PD = potência dissipada no dispositivo; Rθ = Resistência térmica total da junção até o ar (para o caso do dispositivo sem dissipador usar Rθ = Rθja - Rθjc, com dissipador Rθ = Rθjc + Rθdissipador).

4. Acho que não ficou muito claro no vídeo, então lá vai:

PARA CALCULAR UM DISSIPADOR DE CALOR:

Rθdissipador = ((Tf - Ta) / PD) - Rθjc

Onde:
Tf = Temperatura final que se espera no case (encapsulamento) do dispositivo (CI, Transistor, etc). Tem que ficar abaixo da temperatura máxima especificada no manual do componente.
Ta = Temperatura ambiente onde o componente irá funcionar.
PD = Potência total dissipada sobre o componente
Rθjc = Resistência térmica da junção ao case (dado do data sheet do componente)
Rθdissipador = Resistência térmica do dissipador. De posse deste valor é só usar um dissipador com esta resistência ou menor.

5 - As resistências térmicas de componentes são mais ou menos padronizadas de acordo com o encapsulamento (TO220, TO3, TO3P).