Dando uma olhada num Genius da Estrela

Continuando a falar de brinquedos vamos agora dar uma olhada no Genius da Estrela. Este aqui estava em excelente estado de conservação. Provavelmente foi dado a uma criança e logo em seguida guardado pelos pais. Isso acontece muito, os pais dão um brinquedo caro aos filhos e depois guardam pra não estragar e durar mais. Daí as crianças crescem e fica lá o brinquedo guardado no fundo do armário.
O Genius da EstrelaMas filosofadas a parte, o Genius foi lançado aqui no Brasil pela estrela lá no inicio da década de 80. Este aqui tem um carimbo na placa de circuito impresso (pcb) datando de Novembro de 1980. Nos EUA o nome original é Simon e era fabricado pela Milton Bradley (hoje Hasbro), que vem daquela brincadeira de criança chamada “Simon Says” (“Macaquinho disse” como é conhecida aqui no Brasil). Ele foi inventado pelo lendário Ralph H. Baer criador do Magnavox Odissey. Pelo estado de conservação achei que era só ligar e funcionaria. Só que antes de ligar seria necessário alimentar o brinquedo. Como é um projeto antigo o Genius usa dois jogos de pilhas separados. São duas pilhas grandes (“D”) e quatro pilhas pequenas (“AA”, o Simon usa uma bateria de 9V). Após um teste de continuidade nos suportes de pilhas descobri que elas não eram ligadas com o negativo em comum. Na verdade elas estavam em série! Isto fez com que eu buscasse uma forma diferente de alimentar o aparelho: Coloquei as quatro pilhas pequenas e usei minha fonte de bancada no lugar das pilhas grandes.
Os dois suportes de pilhas do GeniusCom a alimentação aplicada liguei o aparelho e apertei o botão de “partida”. Uma das luzes acendeu e tocou um tom no alto-falante. Segui o jogo até ouvir um tom sem a correspondente luz acesa (no caso a luz verde). Repeti o teste e notei que realmente o botão verde não acendia. Abri o aparelho e me deparei com a explicação do uso de pilhas grande: O Genius por DentroIsso mesmo, quatro enormes lâmpadas incandescentes. Eu já sabia que eram lâmpadas, afinal os LED’s daquela época não eram tão bons como os de hoje. Só não esperava ver lâmpadas tão grandes dentro do brinquedo. E como em todo brinquedo antigo da Estrela a qualidade da montagem chama atenção, como o uso de soquetes nas lâmpadas. Retirei a lâmpada do botão verde e chequei com a fonte externa. Ela acendeu normalmente o que indicava alguma falha no contato do soquete. Dei uma limpada na lâmpada e no soquete e atarraxei de volta. Problema resolvido! Agora o Genius estava em perfeito funcionamento. A maioria dos consertos de brinquedos normalmente são assim mesmo. Antes de fechar dei uma conferida nos componentes da placa. O “cérebro” do Genius é um microcontrolador MP3300 da Texas (uma versão do TMS-1000 feita exclusivamente para o Simon) e um CI driver SN75494 para as lâmpadas (o que explica a ligação em série das pilhas). PCB do GeniusUma boa surpresa do aparelho fica guardada em cima do suporte das pilhas pequenas. Num compartimento próprio encontrei uma lâmpada sobressalente ainda tampada com a fita adesiva original. Comparado com os brinquedos à venda hoje em dia o Genius é uma obra de arte. Lampada extraPara saber mais sobre a história do Genius/Simon veja este texto do próprio Ralph H. Baher onde ele conta como foi a criação do brinquedo. E para jogar o Genius em flash, clique aqui!

Walkie talkie Boxer Toys

A Séfora comprou uns brinquedos eletrônicos antigos num brechó e trouxe aqui em casa pra eu testar. Um deles é um par de walkie talkies de uma tal de Boxer Toys. O nome do fabricante só dá pra ler num selinho do controle de qualidade na caixa de pilhas. Externamente existe um pequeno símbolo da empresa na traseira da caixa. Também existe a frase “UK design registration:” e o número do registro.
Walkie Talkie Boxer ToysBom, me lembro que uns amigos meus tinham um modelo bem semelhante a estes (quando eu era pequeno). Então podemos situar os brinquedos lá pela metade da década de 80. O desempenho destes aparelhos era sofrível, alcançando no máximo 20 metros. Eles também eram muito sensíveis a interferências e dependendo da posição da antena e do rádio dava pra ouvir alguma emissora de rádio bem lá no fundo. Mas para um brinquedo dava pro gasto, afinal o que importava era a diversão...

Já estes dois pareciam em bom estado. Tirando as duas antenas quebradas (uma inteiramente e outra faltando um elemento) não havia dano aparente a caixa e, milagrosamente, estavam os dois com as tampas do suporte de pilhas. E se há alguma coisa que desaparece misteriosamente em brinquedos eletrônicos são as tampas das pilhas.

Abri os dois aparelhos e encontrei as placas de circuito impresso no seguinte estado:

Walkie Talkie Boxer ToysA sujeira não me assustou e liguei individualmente os walkie talkies a fonte de alimentação para testar. Os dois deram sinais de vida acendendo o LED frontal e no alto-falante. Apertando o botão do código Morse deu pra ouvir os tons, então estava bom também. O único problema que encontrei foi na chave de comutação para transmitir de um dos aparelhos. Ao apertar as vezes não passava para modo de transmissão e as vezes ocorria o contrario, não voltando para recepção.
Walkie Talkie Boxer ToysDesconfiando de corrosão nos contatos da chave eu parti para a limpeza não só dela mas de toda a placa. Depois disso a chave voltar a funcionar e só faltava o teste de comunicação entre os radinhos. Funcionaram do jeito que eu me lembrava. O alcance não é lá muito bom e a falta de um controle de volume incomoda.

A micro retifica Mallory MMR135

Alguém me perguntou por e-mail sobre a retifica que aparece em uma das fotos do post sobre minha fonte de bancada. Num mundo dominado pela Dremel é estranho ver uma micro retifica de marca diferente. No Brasil o pessoal também recomenda uma Fort ou Black&Decker. Se você procurar no google vai encontrar pouca informação sobre a MMR135, embora encontre muitas lojas vendendo. Como existem dúvidas sobre este modelo resolvi colocar aqui minhas impressões.
A micro retifica Mallory MMR135Comprei esta ferramenta ano passado (2008) pela necessidade de furar e cortar caixas para projetos e placas de circuito impresso. Antes de comprar eu dei uma pesquisada nos modelos disponíveis e escolhi a Mallory pelo preço. Claro que dei uma olhada na Dremel, mas desisti por causa do alto custo. Aproveitei para comprar um kit completo da Mallory com a micro retifica (MMR135), caixa de acessórios (MMR180AC) e eixo flexível (MMR-EF).

O maior trabalho que fiz com a retifica foi a caixa da fonte de bancada. Ali tive que cortar, lixar e furar muito. A ferramenta agüentou bem, embora ela esquente muito quando usada em alta rotação durante um certo tempo. Quando isso acontecia eu tinha que parar e esperar esfriar. Quebrei muitos discos de corte para fazer as janelas da caixa. Isso foi mais por causa de minha inexperiência, pois depois de pegar o jeito as quebras diminuíram consideravelmente.

A retifica vem com 10 acessórios e pelo que pude notar nos anúncios das lojas eles variam muito. Basicamente vem um ou dois discos de corte, algumas lixas e pontas de esmeril. A pinça básica aceita qualquer um desses acessórios. No meu caso veio uma broca também.

O kit de acessórios possui 180 itens, alguns sem muita utilidade para mim. Ainda não usei nenhuma lixa. Usei os gravadores diamantados em uns testes em vidro e parecem ser bons. O kit vem com 3 pinças para acessórios de diferentes diâmetros. Algo que faz falta e não vem no kit são brocas pequenas para furar placas de circuito impresso. Tive que comprar estas brocas separadamente.
Acessórios Micro-retifica MalloryE por falar em circuito impresso é complicado furar uma com a retifica. O corpo da retifica é grande tornando a tarefa desajeitada. Para evitar isso comprei o eixo flexível que aumenta a precisão ao furar e gravar. O eixo também sofre com problemas de aquecimento depois de um tempo ligado. É importante ler o manual do eixo para saber os procedimentos de limpeza e lubrificação.
Eixo flexivel MalloryA ferramenta atende muito bem as minhas necessidades. Inclusive já a usei para trabalhos onde ela não é recomendável e ela agüentou o tranco. Uso até para furar paredes para instalar buchas de fixação. Nos meus serviços de corte de metal ela cortou muito bem chapas bem mais grossas que uma tampa de gabinete de computador. Não faço casemods então não posso afirmar que em regime de “heavy user” ela agüentaria. O único problema que me incomodou foi o aquecimento excessivo. Mas tendo paciência tudo dá certo...

Durante minha pesquisa antes da compra não encontrei a lista dos acessórios do kit MMR180AC, então resolvi copiá-la e colocar aqui para o caso de alguém precisar:

1 adaptador de rosca
2 adaptadores com parafuso
10 cintas de lixa
8 acessórios para polimento
2 adaptadores para cinta de lixa
3 porta ferramentas
5 pontas diamantadas
3 escovas de aço carbono
1 escova em latão
2 escovas de cerdas
46 discos de corte de 0,4 mm
30 discos de corte de 0,8 mm
45 discos para lixar
5 rebolos para esmerilhar
12 rebolos de esmeril
1 lixa rotatória
2 discos de corte de fibra de vidro
1 pedra para amolar
1 chave