Dando uma olhada no kit M9328MX21ADSE da Freescale

Bom. Estou começando um projeto aqui e recebi este kit de desenvolvimento para os primeiros testes de software. Como todo evaluation board este serve para poupar trabalho testando alguns conceitos e desenvolvendo o software sem precisar mandar fazer uma placa protótipo.

Antes do kit chegar eu procurei na rede pra ver a “cara” do kit mas não achei muita coisa. Claro que tem o site da freescale com toda a documentação e softwares disponíveis para download. Mas faltava uma foto do kit. Eu não sei se isso é normal, mas gosto de ver as fotos de equipamentos eletrônicos por dentro.

A documentaçãoEntão... Como ninguém colocou as fotos e nem disse como é fuçar nele resolvi postar as minhas impressões.

Começo pela quantidade de itens que vem no kit. Da listagem oficial (packing list) de 25 itens só não veio o stylus pack (Palm M125/M130). Estou usando o touch screen sem essas canetas, como será visto mais pra frente. Tirei fotos dos itens mais importantes e comento a seguir.

A documentação (foto ao lado): 3 CD´s, starter guide, packing list, garantia, etc...

Os CD´s são os seguintes:
1. i.MX21 Techinical Documentation & Software Utility
2. Linux Board Support Package
3. Platform creator suite for Linux OS

A placa suporta Windows CE também, embora os demos que vieram gravados sejam apenas em Linux.

A placa principal é bem grandinha e tem uma outra placa aparafusada em cima:
A placa principalDetalhe da placa do processador. O processador é um MC9328MX21 ARM9 rodando a 266 MHz. As memórias são duas HYB25L256160AF (RAM) da Infineon e duas S29WS128N (Flash) da Spansion. Uma terceira placa bem menor vai encaixada num soquete na CPU. É uma memória NAND Flash K9F1208ROB da Samsung. Os esquemas das placas podem ser baixados no site da Freescale.
Placa do processadorAgora, em detalhe, a parte de rede da placa. Estranhei ver um CS8900A aí. É um chip datado e com taxa de 10 Mbps. A Freescale poderia ter colocado um chip melhorzinho.

CS8900ADetalhe do CI de som. É um WM8731S Wolfson e tem entrada de microfone e linha além da saída pra fones. E por falar em fones vem um junto com o kit.

Codec de audioO display de 3.5” (320x240) com touch screen:

Módulo LCDO teclado com 36 teclas. A marcação das funções é bem pequena e fica difícil usar alguns demos com o teclado.
O teclado A interface PCMCIA:

Placa PCMCIAA placa de vídeo vem com um conector para vídeo composto e outro SVHS. Existe a marcação para um conector VGA de 15 pinos que não foi montado. O chip é um FS453LF da Focus.
Adaptador de vídeoO módulo da câmera de vídeo:

Módulo da Camera
O kit é muito bom e vem com vários demos já gravados. Como ficaria muito grande a descrição eu fiz o vídeo abaixo demonstrando a placa. Sei que está grande e chato, mas é meu primeiro vídeo no Youtube. Com o tempo eu melhoro...

Multicart para Atari 2600

Este cartucho foi feito por um colega e por mim por volta de 1998. Na época eu consegui os arquivos do hardwarebook com a descrição dos pinos do conector de cartuchos do Atari 2600 e esse colega resolveu montar um pra ver se funcionava. Funcionou tão bem que uso o cartucho até hoje sem problemas.
Cartucho Visto de Cima

Quem já viu os velhos cartuchos nacionais por dentro sabe que eles não passavam de uma EPROM com o jogo gravado. Poderíamos pegar um cartucho desses e tirar o esquema, mas não pensamos nisso na época. A pinagem no Hardware book facilitou o processo e meu colega fez a placa a partir de um esquema que desenhei. O esquema final é esse:

Esquema do cartucho - Clique para ampliar

O primeiro teste não deu certo. Faltava a inversão do pino da linha de A12 que é usada como Chip Select (SC) da memória do cartucho. Nos cartuchos nacionais antigos eram usados CI´s com portas Inversoras (normalmente um 7404). No nosso caso a placa já estava pronta e tivemos que improvisar um inversor com transistor mesmo. A gambiarra ficou na parte de baixo da placa, assim:

Cartucho visto por baixo

As chavinhas rotativas na parte de cima da placa são chaves BCD, por isso o uso de duas. Com uma chave binária daria pra usar apenas uma. A chave da direita seleciona de 0 a 7 jogos e a da esquerda seleciona entre dois bancos de 8 jogos.

A placa suporta EPROM´s 27C512, 27C256 e 27C128 de 16, 8 e 4 jogos de 4k, respectivamente. Com um posicionamento correto das chaves dá pra usar memórias 2764, 2732 e 2716. Na foto vemos a placa com uma 2716 com o jogo X-man. Para gravar a memória é só colocar vários jogos de 4K mapeados corretamente. Para jogos de 2k deve-se duplicar o mesmo jogo em um banco de 4k. Para a memória 27512 o mapeamento fica assim:

Endereços:
0000H – 0FFFH – Jogo 1
1000H – 1FFFH - Jogo 2
2000H – 2FFFH - Jogo 3
3000H – 3FFFH - Jogo 4
4000H – 4FFFH - Jogo 5
5000H – 5FFFH - Jogo 6
6000H – 6FFFH - Jogo 7
7000H – 7FFFH - Jogo 8
8000H – 8FFFH - Jogo 9
9000H – 9FFFH - Jogo 10
A000H – AFFFH - Jogo 11
B000H – BFFFH - Jogo 12
C000H – CFFFH - Jogo 13
D000H – DFFFH - Jogo 14
E000H – EFFFH - Jogo 15
F000H – FFFFH - Jogo 16

Consertando um MP4 player...

MP4 PlayerA Séfora tem esse MP4 já há algum tempo e acabou quebrando o conector USB. Isso parece um problema comum, já vi uns 2 outros MP4 com o mesmo problema. O conector é muito pequeno e de plástico. Com o tempo de uso e/ou excesso de força ao encaixar ele quebra facilmente.

O MP4 é o da foto acima da marca Merlin de 2GB, com rádio FM. Existem muitos outros MP4s parecidos com esse. Este aqui tem o velho conhecido ATJ2093 como processador, memória Samsung e um CI TEA5767 (Receptor de FM montado por baixo da placa). A bateria recarregável é de 3,7V 250 mAH. Na foto abaixo vemos que uma parte da placa é coberta por fita crepe. Talvez pra tentar isolar da carcaça metálica. Também vemos o local para mais uma memória (Para aparelhos de 4GB).
MP4 Vista Interna
É comum a quebra da parte de plástico em volta dos pinos do conector. Assim o cabo USB fica “bambando” e não encaixa direito. Não encontrei outro conector pra substituir, então pensei em algumas alternativas que não deram muito certo e uma que ficou horrível mas que funcionou.

A primeira tentativa de conserto foi feita com uma plaquinha de metal soldada no lugar da área quebrada. Não deu muito certo. O cabo continuava “bambando”. Ficou assim:

Conserto 1

A segunda foi pior ainda. Pensei em usar os conectores retirados de um kit de desenvolvimento da Texas (EZ430-F2013 – foto abaixo). O conector era muito frágil e ficou torto quando tentei retirar da placa original.
Kit MSP430 doador
Pra completar as trilhas da USB do MP4 se soltaram quando fui colocar o conector na placa do MP4. Já não se fazem placas como antigamente. Hoje as trilhas não passam de 20 mils e após um pouco de contato do ferro de solda elas descolam da placa.

Cabo soldado internamente
Com esse último incidente tive que apelar. Peguei um cabo USB comum e soldei diretamente na placa. Depois passei cola quente para segurar o cabo. Como a caixa possui uma espessura muito pequena não deu pra fazer o tradicional nó no cabo pra não sair. Mas a cola quente segurou bem e o MP4 está funcionando normalmente.

MP4 consertado

Como converter arquivos MP4 para AVI

Gravei uns vídeos no celular do meu irmão (Nokia N70) e precisei converte-los para AVI pra rodar no DVD de mesa (Philips DVP5100K). Procurei um pouco até encontrar o programa MP4Cam2AVI que faz o serviço rapidamente e sem dor de cabeça.
Os vídeos só podem ser convertidos para AVI em XVID e o áudio em MP3. Recomendo ativar o modo Expert no menu Settings para poder controlar melhor as opções de compressão.

A enganação das lanternas com dínamo

Pois é, comprei uma dessas lanternas com 3 LED’s alimentadas por dínamo. Segue uma foto da lanterna pra quem ainda não viu. A idéia parece boa: Você da umas apertadas na lanterna pra carregar e ela pode ficar ligada por muito tempo. Isso “sem usar baterias”.
Lanterna com dínamo

Como todo produto de procedência duvidosa a caixa só tem o nome do fabricante. Nada de endereço físico ou na web. O inglês é meio estranho e o texto na lateral chega a afirmar que usar a lanterna faz bem a memória. Notem que na caixa está claramente indicado que a lanterna não usa baterias.

Caixa da Lanterna

Foi justamente essa afirmação que me deixou curioso. Por mais que afirmassem que a lanterna funciona com apenas algumas apertadas minha intuição e minha formação diziam que era bom demais pra ser verdade. Para tirar a prova só abrindo o brinquedo pra ver o que tem dentro. Se a afirmação da caixa estivesse correta a única alternativa (que consegui imaginar) seria usar um supercap para armazenar a energia. O bom senso e o código de defesa do consumidor nos fazem crer que nenhum fabricante coloca informações falsas nas embalagens dos produtos. Em produtos com procedência conhecida, com o fabricante devidamente identificado pode até ser. No caso da lanterna fica difícil saber. Então lá fui eu abrir a lanterna pra confirmar o que estaria por trás deste aparelho milagroso. Não preciso dizer que foi decepcionante. Vamos por partes... A lanterna possui o seguinte esquema elétrico:

Isso mesmo. Nada de supercap! E, ao contrario do informado na caixa, a lanterna possui três baterias! Escondidas dentro de um suporte redondo atrás dos Led's. Ok, você pode argumentar que são baterias recarregáveis. Mas não são, são três baterias alcalinas que até onde eu sei não são recarregáveis. E no esquema dá pra ver que são independentes: Ou funciona o dínamo ou as pilhas. O conhecido fenômeno de não pegar mais carga nada mais é do que o esgotamento das pilhas. O dínamo é formado por uma bobina fixa e um imã móvel. Ao se pressionar a alavanca gira-se uma redução que gira o imã sobre a bobina. Para evitar a inversão de polaridade um sistema mecânico garante apenas o giro em um sentido. A energia mecânica da volta da alavanca a sua posição original não é aproveitada.

Lanterna DesmontadaSó testei e desmontei o modelo das fotos. Já vi outros modelos em lojas de 1,99 e camelôs que parecem ter a mesma configuração interna, mas com caixas diferentes. E todas dizendo maravilhas de seu sistema. Tem uma que vi num catálogo impresso dizendo que basta umas apertadas durante 40 minutos para ficar 4 horas acesa. Um verdadeiro milagre...

Carregador de baterias Ecomania EM-BC83F é realmente “Microprocessado”?

Carregador EcomaniaBom... Comprei dois carregadores modelo EM-BC83F da Ecomania esses dias e um deles apresentou um problema no plug da tomada AC. O plug defeituoso estava meio solto e como ele vai ligado diretamente na rede elétrica não seria bom deixar assim.

Resolvi colocar o plug no lugar, o que significava desmontar o carregador. A caixa é fechada por dois parafusos Philips e por duas travas em cada lateral. Tive que tomar cuidado pra não quebrar essas travas. Aqui cabe o aviso de nunca abrir um equipamento eletrônico sem saber o que está fazendo.

Aberto o carregador e consertado o plug, que estava com a trava plástica quebrada, restava fechar a caixa. Nesse momento lembrei de dar uma olhada no tal “microprocessador” tanto alardeado nas propagandas deste carregador. Segundo o manual (uma folha de papel com instruções de uso em Inglês, Português e Espanhol) o carregador é “Controlado por um microprocessador inteligente”:

Manual do CarregadorConfesso que ainda estou procurando o “microprocessador inteligente”. Como se pode ver nas fotos abaixo existem apenas dois Circuitos integrados: Um comparador duplo LM393 SMD (IC1 montado por baixo da Placa) e um regulador shunt TL431 em encapsulamento TO92 (IC2). No mais são 4 transistores e alguns zeners e retificadores. Mas NENHUM microprocessador.

Lado da solda Lado dos componentesO circuito também não é muito complexo, embora cumpra o seu papel. Os transistores Q3 e Q4 formam um oscilador para chavear o transformadorzinho no canto superior esquerdo da foto. Isso serve para baixar a tensão para o carregamento das baterias que é controlado pelos comparadores de tensão.

No site do fabricante e nas lojas que vendem esse carregador vemos a alusão a esse tal “microprocessador inteligente” que não existe. Ou isso é propaganda enganosa ou a empresa nacional não sabe o que tem dentro de seus produtos...

Como nem tudo é ruim, gostei das pilhas que vem com o carregador. Duram muito mais na minha câmera digital do que as pilhas recarregáveis que eu já usei.

Como fazer escalas para medidores de bobina móvel (VU, microamperimetros, voltimetros, etc...)

MeterEsta dica eu descobri enquanto trabalhava num projeto de fonte de bancada que irei montar. Nesta fonte devo usar dois VU´s que retirei de um antigo gravador de fitas cassetes como medidores de tensão e corrente. Como as escalas devem ser trocadas comecei o trabalho, como todo mundo, no Corel Draw.

Após uma primeira escala mal feita fui dar uma busca no google pra ver se encontrava alguma coisa já pronta. Encontrei alguns, mas nenhum com os valores que eu precisava.

Deixei isso de lado por um tempo até que consegui botar as mãos em outra coisa que eu queria: o ARRL Handbook 2008. No CD desse livro veio um programinha chamado Meter (versão 2.01) que é justamente um software para criação de escalas para medidores analógicos de bobina móvel (nome bonito para galvanometro, microamperimetro, miliamperimetro, voltímetro, VU ou outros instrumentos de ponteiros).

O software pode ser baixado do site do fabricante e é limitado para até 10 impressões de escalas. Mais que isso só pagando. Se você usa muito este tipo de instrumento e fica ralando no Corel ou outro programa de edição gráfica, vale a pena.